CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672862
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Biópsia estereotáxica guiada por imagem no diagnóstico das lesões cerebrais

Luciano Silveira Basso
1   Hospital Cristo Redentor
,
Gabriel Frizon Greggianin
1   Hospital Cristo Redentor
,
Amauri Dalacorte
1   Hospital Cristo Redentor
,
Eduardo Cambruzzi
1   Hospital Cristo Redentor
,
Pasquale Gallo
1   Hospital Cristo Redentor
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A biópsia por estereotaxia é um procedimento neurocirúrgico geralmente indicado para lesões com localização profunda ou múltiplas, além de auxiliar no planejamento cirúrgico de alguns casos. Possui menores taxas de complicações que os procedimentos abertos, mas ainda assim não é isenta de riscos.

Objetivo: Caracterizar os pacientes quanto a idade média, sexo, apresentação clínica inicial, taxa de sucesso diagnóstico com biópsia única, número de alvos, diagnóstico histopatológico, topografia da lesão e complicações.

Métodos: Foi realizada uma revisão retrospectiva de dados dos prontuários dos pacientes submetidos à biópsia estereotática entre 2010 a 2018 no Hospital Cristo Redentor de Porto Alegre. Para os procedimentos foram utilizados um aparelho de estereotaxia Micromar¯ TM03B e um tomógrafo SIEMENS¯ 16 canais.

Resultados: Foram realizadas 64 biópsias estereotáticas no período. Entre os pacientes, 59,3% eram do sexo masculino. A idade média foi de 56,2 anos. O sintoma neurológico na admissão mais frequente foi cefaleia (40,6%). A topografia tumoral biopsiada mais frequente foi o corpo caloso (29,8%). O número de alvos na biópsia variou de 2 a 11, com média de 5,5. Em 90,6% dos casos houve diagnóstico com biópsia única e em 6 casos (9,4%) houve dúvida diagnóstica sendo realizada nova biópsia estereotática em 2 casos e aberta em 4 casos, permanecendo com diagnóstico inconclusivo em apenas 1 caso. O diagnóstico histopatológico mais frequente foi de glioma de alto grau em 46,9% dos casos, seguido de glioma de baixo grau em 28,25%, metástase cerebral (6,25%), linfoma (6,25%), inespecífico (6,25%), parênquima cerebral normal (3,1%), isquemia (1,5%) e hemangioma cavernoso (1,5%). Houve hemorragia intraparenquimatosa pós-operatória > 5 mm em 22% dos casos (14 casos), sendo > 10 mm em 14% destes e em 10 casos estiveram associadas a glioma maligno. Pneumoencéfalo pós-operatório foi identificado em 10,9% dos casos e hemorragia intraventricular em 3 casos (4,7%).

Conclusão: Concluímos que o índice de diagnóstico por biópsia única é bastante alto (90,6%). As taxas de hemorragia e pneumoencéfalo pós-procedimento não foram desprezíveis e ressaltam que apesar de menos invasivo, não é isento de riscos, principalmente nos pacientes portadores de neoplasia glial de alto grau. Ainda assim, a biópsia cerebral por estereotaxia continua sendo extremamente útil na prática neurocirúrgica.