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DOI: 10.1055/s-0038-1672858
Caracteristicas radiológicas e conduta no glioblastoma multiforme no pré-escolar: relato de caso
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: Glioblastoma multiforme (GBM) é classificado como astrocitoma grau IV e ocorre, comumente, após os 50 anos. É raro na infância, mas quando surge, atinge a primeira década de vida. Caracteriza-se pela presença de astrócitos neoplásicos pobremente diferenciados com áreas de proliferação vascular e/ou necrose.
Apresentação do Caso: M.D.H.S, 2 anos e 6 meses, feminino, 11,6 kg, encaminhada para Hospital Estadual referência em neurocirurgia pediátrica para avaliação. Fazia acompanhamento com neurologista devido à síndrome convulsiva, evoluindo com cefaleia, vômitos e sonolência, controlando com Amato. A TC de crânio evidenciou lesão intra-axial de aspecto expansivo, heterogênea e irregular, destaque para áreas hipodensas e calcificadas em lobo temporal esquerdo. Foi admitida na ala da neurocirurgia com hipótese de tumor expansivo em lobo temporal realizando lobectomia temporal esquerda, suspeita diagnóstica de GBM, confirmada com RMN e laudo neurocirúrgico. Após cirurgia, foi encaminhada à UTI para cuidados pós-operatórios e espera de TC de crânio pós-operatória evoluindo sem intercorrência. Feito exames laboratoriais evidenciando PCR de 199 e demais exames normais.
Resultados/Discussão: Em crianças, GBM são considerados neoplasias raras, totalizando 10% que acometem o SNC na infância, atingindo a primeira década de vida. A localização comum é a região supratentorial, mesmo local encontrado na criança. O quadro clínico encontrado no paciente está de acordo ao encontrado em literatura, visto que na maioria dos GBM apresentam sintomatologia de cefaleia e vômitos, que compõem parte da tríade da hipertensão intracraniana além de crises convulsivas e sonolência. Há discreto predomínio do sexo masculino, numa proporção de 1,5:1. A agressividade do GBM pode ser notada pela rapidez da instalação dos sintomas, pelo grau de hipertensão craniana e de deterioração clínica, como no nosso paciente que foi admitido com necessidade de intervenção terapêutica de urgência. A cirurgia radical pode aumentar a duração da sobrevida para alguns deles, visto que sem tratamento 95% deles morreriam em 3 meses.
Conclusão: O nosso paciente realizou a ressecção há apenas 10 dias e melhorou, porém está na UTI esperando alta. Há muitos defensores da ressecção cirúrgica, alegando que ela diminui os sintomas atuais, contribui para a remoção de áreas pobremente oxigenadas, remove áreas pobremente vascularizadas que prejudicam a terapia sistêmica e remove maior quantidade de células neoplásicas.