CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672851
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Diagnóstico diferencial entre meningioma intraósseo e meningioma com hiperostose

Vinícius Bessa Rodrigues
1   Serviço de Neurocirurgia do Hospital Geral de Palmas
,
Ádria Maria Simões Silva
1   Serviço de Neurocirurgia do Hospital Geral de Palmas
,
Oscar Nunes Alves
1   Serviço de Neurocirurgia do Hospital Geral de Palmas
,
Lília Tereza Diniz Nunes
2   Centro Universitário Unirg
,
Maria Diniz Nunes
2   Centro Universitário Unirg
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Os meningiomas representam aproximadamente um terço de todos os tumores primários do sistema nervoso central. Embora a maioria seja benigna (Organização Mundial de Saúde [OMS] grau I), sua localização no sistema nervoso central pode causar grave morbidade e mortalidade. A hiperostose pode ocorrer em todos os subtipos histológicos. O meningioma intraósseo é um subtipo raro, responsável somente por cerca de 1% de todos os tipos de meningiomas.

Relato do Caso: M.V.L, 65 anos, feminino, residente em Palmas (TO), com quadro de cefaleia progressiva de longa data, com início há cerca de 5 anos; refere “aumento do crânio” há cerca de 3 anos e de caráter progressivo. Ao exame neurológico: sem déficit neurológico cognitivo e focal motor. Apresentando na ectoscopia volumoso processo expansivo na região frontotemporoparietal direita. A ressonância magnética com contraste apresentou extensa formação expansiva óssea acometendo a calota craniana à direita, envolvendo principalmente os ossos temporal e parietal direitos, além de pequenas porções do esfenoide e do osso frontal adjacentes; espessamento meníngeo subjacente com discreto aplainamento dos giros corticais e frontotemporais subjacentes.

Hipótese Diagnóstica: meningioma intraósseo com componente de meningioma “em placa”. Realizada ressecção cirúrgica com preservação do teto da órbita e plano esfenoidal (Simpson IV), por se tratar de paciente idosa. O exame anátomopatológico revelou meningioma meningotelial sem invasão óssea microscópica.

Discussão: O subtipo de meningioma (meningotelial) encontrado corresponde ao GRAU I – (OMS), e não necessita de rádio/quimioterapia complementar. Saber as características da imagem é primordial ao diagnóstico de meningioma intraósseo – e o subtipo histopatológico normalmente encontrado é cordoide (GRAU II – OMS), sendo necessário rádio/quimioterapia, além da possibilidade de recidiva. Para seu diagnóstico diferencial, a imagem, quando sugestiva, deve apresentar aumento da espessura óssea, erosões ósseas, lesões osteolíticas e contornos anfractuosos.

Conclusão: Esse entendimento norteará tanto a formulação da hipótese diagnóstica, planejamento operatório, grau de ressecção da lesão, quanto a avaliação do risco × benefício com a devida ponderação da idade e comorbidade do paciente.