Aspectos epidemiológicos dos tumores de sistema nervoso central tratados no principal hospital público de referência do estado de Rondônia, na Amazônia Ocidental

Introdução: Estima-se que haverá no Brasil 11.320 casos novos de câncer do Sistema Nervoso Central (SNC) para cada ano do biênio 2018–2019. Esse valor corresponde a um risco estimado de 5,62 casos novos a cada 100 mil homens e 5,17/100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do SNC é o oitavo mais frequente na Região Norte, sendo estimados 540 novos casos para 2018, dos quais 70 casos serão no estado de Rondônia.

Objetivo: Descrever os aspectos epidemiológicos de tumores dos pacientes operados no principal hospital público de referência do estado de Rondônia, nos anos de 2016 e 2017.

Método: Realizou-se estudo transversal, retrospectivo, do tipo observacional, com análise da incidência de tumores do SNC, primários e metastáticos, durante o período de 2016 a 2017 em serviço de referência. Para tanto, foram analisados os dados do setor de registro hospitalar, os prontuários da instituição e registros de anatomopatológico e imuno-histoquímica dos pacientes tratados cirurgicamente. No total foram incluídos 128 casos, excluindo-se aqueles com dados incompletos e/ou inconclusivos. As diversas variáveis analisadas foram organizadas em banco de dados tabulado para posterior processamento no software Microsoft Office Excel 2013.

Resultados: Dos casos analisados, 75 pacientes eram do sexo masculino (58,6%) e 53 do sexo feminino (41,4%), com idade média de 44,9 anos, sendo a idade mínima de 2 anos e a idade máxima de 78 anos. Tumores cerebrais primários corresponderam a 91,5% da amostra. Gliomas foram os tumores cerebrais primários mais encontrados (42,9%), seguidos pelos meningiomas (18,7%). Tumores metastáticos para o SNC ocorreram em 8,5% da amostra, dentre os focos primários rim, mama, trato gastrointestinal e pulmão. Quanto aos sinais e sintomas observados nos pacientes estudados destacam-se a cefaleia, presente em 76,5% dos casos, o déficit motor (21%), alteração da consciência (17,1%) e déficit sensitivo (15,6%).

Conclusão: Os dados obtidos com o estudo contribuem significativamente para enriquecer as estatísticas nacionais e regionais, ampliando o conhecimento sobre o assunto e gerando informação relevante para o planejamento de saúde e de novas pesquisas na área.