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DOI: 10.1055/s-0038-1672835
Astrocitoma subependimário de 4° ventrículo
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação do caso: Paciente sexo masculino, 71 anos, advogado, evoluindo há 16 meses com quadro de ataxia de marcha, associada a episódios frequentes de queda de própria altura. Submetido a tratamento clínico durante longo período para labirintopatia, sem melhora significativa. Ao exame: ataxia cerebelar, disbasia e dismetria bilateral, Romberg positivo. RNM de encéfalo: lesão expansiva de natureza sólida no interior do IV ventrículo. Submetido a procedimento cirúrgico para ressecção da lesão, evoluindo com melhora progressiva dos sintomas antes manifestos. Anatomopatológico: astrocitoma subependimário.
Discussão: Os subependimomas são tumores benignos (OMS grau I) que representam 0,2 a 0,7% de todas as neoplasias intracranias. Afetam caracteristicamente idosos e homens de meia-idade. Seu processo de desenvolvimento ainda não foi elucidado, mas relatos de tumores encontrados em autópsias e uma baixa frequência de casos sintomáticos (37%) sugerem um crescimento tumoral lento ou até mesmo nulo, com alta probabilidade de permanência assintomática durante toda a vida do paciente. Em 50–60% dos casos ocorrem no IV ventrículo, seguido de 20–30% em ventrículos laterais. Apresentam uma característica radiológica indefinida, o que torna o diagnóstico pré-operatório difícil. O subependimoma do IV ventrículo tende a manifestar-se com alterações de equilíbrio, vertigem, nistagmo e disestesia. Também podem apresentar ataxia da marcha, crises convulsivas, alterações sensitivas, cefaleia e hemorragia subaracnóidea. Possui etiologia indefinida, mas já foram descritos três tipos de células como causadoras do tumor: os astrócitos subependimários, as células ependimárias e um possível precursor ependimo-glial.
Comentários finais: O subependimoma do IV ventrículo é um tumor cerebral raro, de crescimento lento, não invasivo e que na grande maioria dos casos cursa de modo assintomático. O crescimento da lesão na parede do ventrículo pode ocasionar sinais e sintomas inespecíficos que, por tratar-se de uma patologia rara, podem ser confundidos e tratados como outra patologia.