CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672817
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Meningioma espinal extradural: um relato de caso

Henrique Moura Braga
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Marcelo Sartori de Abreu
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Tancredo Alcântara Ferreira Junior
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Pedro Henrique Piauilino Benvindo Ferreira
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Israel Buzatti Queiroz
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Matheus Tavares de Melo
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Renato Rinco Fontoura
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Marcelo de Azevedo Silva Filho
1   Santa Casa de Belo Horizonte
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: M.P.D.C., 51 anos, sexo feminino, em janeiro de 2018 iniciou quadro de disestesias em região abdominal, mal delimitadas, associadas a espasmos da musculatura abdominal e de membros inferiores. Evoluiu com dificuldade de marcha e com episódio de queda da própria altura. Ao exame apresentava-se com paraparesia (4+/5), hiperreflexia em reflexos patelar e aquileu bilateralmente, reflexo cutâneo plantar em extensão à direita e hipoestesia tátil, termoálgica e profunda a nível de T5. Ressonância evidenciou lesão expansiva epidural posterior e lateral à direita, nos níveis de T1 a T4, com realce difuso pelo contraste associado a compressão medular. A paciente foi submetida à biópsia e ressecção parcial da lesão extradual mediante laminectomia de T3 e T4 com a suspeita de doença linfoproliferativa. Estudo anatomopatológico e imuno-histoquímico, posteriormente, confirmaram diagnóstico de meningioma meningotelial.

Discussão: Meningiomas parecem ter origem a partir de células aracnoides presentes nas meninges. Entre as neoplasias intraespinhais ocupam o segundo lugar de prevalência, atrás dos tumores de bainha nervosa. Os meningiomas espinhais apresentam uma maior prevalência no sexo feminino (4:1) e na coluna torácica, com acometimento, em média, por volta da quinta a sexta década de vida. A maior parte desses tumores ocorrem como tumores extramedulares intradurais localizados ventral/ventrolateralmente. Cerca de 10% podem apresentar extensão extradural, sendo que meningiomas extradurais são extremamente raros, com relato de apenas 7 casos na literatura. No relato de caso, a idade, sexo e a região torácica são compatíveis com dados da literatura, porém a localização exclusiva extradural mostra um acometimento único. De forma geral, os tumores posterolaterais tendem a cursar com início de parestesias e sintomas sensitivos e posteriormente com sintomas motores pela localização da compressão medular. Porém, no caso em questão ocorreu uma evolução rápida de sintomas sensitivos para sintomas motores, o que o torna um exemplo singular evolutivo de meningioma espinhal.

Comentários Finais: O meningioma extradural espinhal puro é uma entidade rara. O diagnóstico pré-operatório torna-se difícil diante da escassez dos casos. Dessa maneira, torna-se importante, no futuro, relatar casos semelhantes para um melhor planejamento cirúrgico e para obtenção de mais informações sobre essa doença rara.