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DOI: 10.1055/s-0038-1672817
Meningioma espinal extradural: um relato de caso
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação de caso: M.P.D.C., 51 anos, sexo feminino, em janeiro de 2018 iniciou quadro de disestesias em região abdominal, mal delimitadas, associadas a espasmos da musculatura abdominal e de membros inferiores. Evoluiu com dificuldade de marcha e com episódio de queda da própria altura. Ao exame apresentava-se com paraparesia (4+/5), hiperreflexia em reflexos patelar e aquileu bilateralmente, reflexo cutâneo plantar em extensão à direita e hipoestesia tátil, termoálgica e profunda a nível de T5. Ressonância evidenciou lesão expansiva epidural posterior e lateral à direita, nos níveis de T1 a T4, com realce difuso pelo contraste associado a compressão medular. A paciente foi submetida à biópsia e ressecção parcial da lesão extradual mediante laminectomia de T3 e T4 com a suspeita de doença linfoproliferativa. Estudo anatomopatológico e imuno-histoquímico, posteriormente, confirmaram diagnóstico de meningioma meningotelial.
Discussão: Meningiomas parecem ter origem a partir de células aracnoides presentes nas meninges. Entre as neoplasias intraespinhais ocupam o segundo lugar de prevalência, atrás dos tumores de bainha nervosa. Os meningiomas espinhais apresentam uma maior prevalência no sexo feminino (4:1) e na coluna torácica, com acometimento, em média, por volta da quinta a sexta década de vida. A maior parte desses tumores ocorrem como tumores extramedulares intradurais localizados ventral/ventrolateralmente. Cerca de 10% podem apresentar extensão extradural, sendo que meningiomas extradurais são extremamente raros, com relato de apenas 7 casos na literatura. No relato de caso, a idade, sexo e a região torácica são compatíveis com dados da literatura, porém a localização exclusiva extradural mostra um acometimento único. De forma geral, os tumores posterolaterais tendem a cursar com início de parestesias e sintomas sensitivos e posteriormente com sintomas motores pela localização da compressão medular. Porém, no caso em questão ocorreu uma evolução rápida de sintomas sensitivos para sintomas motores, o que o torna um exemplo singular evolutivo de meningioma espinhal.
Comentários Finais: O meningioma extradural espinhal puro é uma entidade rara. O diagnóstico pré-operatório torna-se difícil diante da escassez dos casos. Dessa maneira, torna-se importante, no futuro, relatar casos semelhantes para um melhor planejamento cirúrgico e para obtenção de mais informações sobre essa doença rara.