CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672795
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Relato de caso: glioblastoma com metástase extracraniana em criança

Edimílson Martins Florêncio Junior
1   Universidade Federal de Uberlândia
,
Iêda Cristina Cunha Ferreira e Fonseca
1   Universidade Federal de Uberlândia
,
Luciano Neder
1   Universidade Federal de Uberlândia
,
Tatiana Vilela
1   Universidade Federal de Uberlândia
,
Marcelo Chiovato
1   Universidade Federal de Uberlândia
,
Juliana Salomão
1   Universidade Federal de Uberlândia
,
Anna Beatriz Costa Neves do Amaral
1   Universidade Federal de Uberlândia
,
Ana Cristina Araújo Lemos da Silva
1   Universidade Federal de Uberlândia
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Paciente masculino, 9 anos, cuja queixa inicial foi associada à perda de consciência, aumento da pressão arterial e oftalmoplegia, provavelmente por compressão do terceiro nervo craniano, e evidência clínica de hipertensão craniana. Realizado estudo radiológico, sendo observada uma lesão com desvio de linha média, efeito de massa e aumento de contraste irregular, localizado na região parietal temporal frontal. A biópsia revelou uma lesão altamente celular, com extensão às meninges, representada por células com importante atipia e pleomorfismo, intercaladas com focos de necrose tumoral, cercadas células neoplásicas e vasos sanguíneos raros com proliferação endotelial. A imuno-histoquímica foi realizada e as células neoplásicas foram positivas para GFAP, S-100, vimentina e proteína CD-99. E foram negativos para marcadores de EMA, citoqueratina, músculo e neuronal, por isso favorecem o glioblastoma. O paciente foi submetido a radioterapia e quimioterapia. Durante o tratamento, após 5 meses, apresentou linfadenopatia cervical direita. A biópsia foi realizada e mostrou-se semelhante aos achados da biópsia cerebral, bem como o perfil imuno-histoquímico, que também foi positivo para GFAP, S-100 e vimentina. Ambas as biópsias foram enviadas para pesquisar o INI 1, para descartar o tumor de Rabdoide Teratoide e o resultado foi positivo em ambos, favorecendo o diagnóstico de GBM com metástase no linfonodo cervical. Durante a evolução, a criança apresentou, dois meses após o diagnóstico de metástases linfonodais, dor na região lombar, cuja ressonância magnética identificou múltiplas lesões ósseas na coluna vertebral e uma massa mediastinal posterior. A radioterapia foi realizada, com melhora nos sintomas, mas a dor retornou após a interrupção do tratamento. Após 30 dias, a criança apareceu com metástase na boca, goma inferior, acompanhada de dificuldade respiratória. Indicou traqueostomia com progressão rápida para insuficiência respiratória e óbito0.

Discussão: O GBM é altamente maligno e tem uma tendência à disseminação intracraniana. As metástases extracranianas ou espinhais de gliomas de alto grau são raras. Entre os mecanismos propostos para a ocorrência de metástases, múltiplas intervenções cirúrgicas são uma grande predisposição.

Comentários finais: embora sejam raras, as metástases cerebrais extracranianas devem ser investigadas em pacientes com tumores de alto grau, particularmente se complicado com manifestações extracerebrais.