CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672790
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Diagnóstico e tratamento de meningioma fibroblástico cístico de grandes proporções

Davi Pereira Barbosa Junior
1   Universidade Federal do Piauí (UFPI)
,
Reynaldo Mendes de Carvalho Junior
1   Universidade Federal do Piauí (UFPI)
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: É relatado o caso de uma paciente de 67 anos que foi internada com cefaleia frontal moderada, hemiparesia esquerda mais acentuada no membro inferior (MI) e eventuais crises epilépticas parciais motoras no hemicorpo esquerdo. O quadro clínico teve início gradual seis meses antes da internação. Relatou ser hipertensa, mas sem histórico médico comprometedor. Ressonância Magnética Nuclear (MRI), mostrou lesão expansiva frontoparietal parassagital direita, com discreto edema marginal, fixada à dura-máter do seio sagital superior (SSS) e com nítida invasão do mesmo (Tipo VI, segundo o sistema de Sindou, MP e col.), volume aproximado de 65 cm3 e nódulo contrastado no seu interior correspondendo a apenas 5,8% do tamanho do cisto. A paciente foi submetida a microcirurgia para exérese da lesão e biópsia, cuja conclusão histopatológica foi Meningeoma Fibroblástico, Grau 1 (OMS). O pós-operatório foi favorável com alta cinco dias após a cirurgia. A paciente apresentou melhora na sintomatologia. Não houve crise epiléptica pós-operatória.

Discussão: Meningeoma cístico (MC) é uma neoplasia extra-axial rara geralmente benigna, não infiltrativa, de origem leptomeníngea (aracnoide-máter), crescimento lento, mais comum no sexo masculino e que representa 0,24% a 1% dos tumores cerebrais. O subtipo histológico mais comumente relatado é o meningotelial (80%). A elucidação diagnóstica é problemática na tomografia computadorizada, e em 20% dos casos mesmo com o uso de MRI, sendo por vezes confundido com metástases, hemangioblastomas e gliomas. Pela classificação de Nauta et al. e El-Fiki et al., este caso corresponde respectivamente ao tipo II e subtipo B2, guiando a estratégia cirúrgica e tornando obrigatória a remoção de toda a cápsula, na medida em que a sua ressecção incompleta leva à recorrência. Nota-se em relação ao caso, um MC de rápida evolução, grandes proporções e aspectos histológicos incomuns. A rapidez na evolução corrobora para o entendimento da fisiopatologia de uma neoplasia ainda pouco elucidada.

Considerações finais: No que concerne a tudo isso, a evolução clínica mais curta e a grande desproporção entre o volume nodular e do cisto sugerem que as células tumorais produziram o fluido com certa rapidez, ao mesmo tempo em que o pequeno edema perilesional mostrou que a cápsula do cisto produziu poucas substâncias pró-inflamatórias.