CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672768
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Biópsia de lesões de tronco encefálico: concordância historradiológica

Breno Bezerra Arruda Câmara
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Marcos Dellaretti
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
José Batista da Silva Júnior
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Júlio César de Almeida
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Renata Ferreira de Souza
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Marco Aurélio Vieira Couto
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Marcelo de Azevedo Silva-Filho
1   Santa Casa de Belo Horizonte
,
Leyzeanne Marques do Nascimento
1   Santa Casa de Belo Horizonte
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: As lesões intrínsecas do tronco encefálico geralmente são tratadas sem confirmação histopatológica. Porém, as lesões captantes, atípicas e exofíticas têm maior chance de serem diferentes dos gliomas difusos do tronco cerebral. Além disso, não temos trabalhos esclarecedores sobre a acurácia dos exames de imagem nessas lesões. Nesses casos, a biópsia tem papel fundamental no manejo terapêutico.

Objetivo: Avaliar a taxa de concordância entre os exames de imagem e o laudo histopatológico de lesões expansivas do tronco cerebral.

Método: Análise de 28 casos de biópsias de tronco cerebral realizadas no serviço, separando-as em quatro grupos radiológicos distintos, e análise comparativa entre os laudos fornecidos pelos exames de imagem pré-operatórios e o resultado histopatológico e/ou imuno-histoquímico.

Resultados: Houve diagnóstico em 89,3% (25) dos casos. Entre os casos diagnosticados, 56,0% pertenciam ao Grupo 1 (lesões difusas captantes de contraste), 8,0% ao Grupo 2 (difusas não captantes), 36,0% ao Grupo 3 (focais captantes) e não houve nenhuma lesão pertencente ao Grupo 4 (focais não captantes). Os gliomas difusos representaram apenas 24% da amostra, sendo 35,7% das lesões do Grupo 1, 50% do Grupo 2 e nenhuma no Grupo 3. Entre os diagnósticos diferenciais encontrados estão astrocitoma pilocítico (20%), linfoma de células B (16%), processos inflamatórios inespecíficos (12%), entre outros. A taxa de concordância historradiológica da amostra foi de apenas 28%, sendo de 35,7%, 50,0% e 11,1% nos Grupos 1, 2 e 3, respectivamente.

Conclusão: A biópsia de lesões de tronco cerebral é um procedimento seguro, com alta taxa diagnóstica e fundamental na correta identificação destas lesões, especialmente naquelas pertecentes ao grupo 3, onde foi encontrada grande variação etiológica e taxa muito baixa de diagnóstico radiológico, causando relevante impacto na decisão terapêutica.