CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672765
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Equipe multidisciplinar de neurorreabilitação: a importância da autoavaliação objetiva

Artur Nóbrega Lima Rodrigues de Morais
1   Instituto de Cirurgia da Base de Crânio (ICBC), Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre
,
Rodolfo Figueiredo de Carvalho
1   Instituto de Cirurgia da Base de Crânio (ICBC), Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre
,
Aline Adams
1   Instituto de Cirurgia da Base de Crânio (ICBC), Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre
,
Carlos Eduardo da Silva
2   Anatomia Humana, DCBS, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
,
Leonardo Desessards Olijnyk
1   Instituto de Cirurgia da Base de Crânio (ICBC), Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Estruturar uma equipe multidisciplinar é fundamental para a oferta de atendimento adequado à complexidade das enfermidades neurocirúrgicas. No desenho do plano terapêutico as equipes devem ser capazes de avaliar o seu impacto a fim de adaptar-se às necessidades particulares de cada paciente. Na literatura encontramos várias escalas e classificações funcionais, mas a implantação e validação destas na formação do plano de ação de equipes multidisciplinares ainda carece de maior enfoque. Os autores traçam o perfil epidemiológico e evolução funcional dos atendimentos realizados por equipe de neurorreabilitação de um serviço terciário.

Método: Análise retrospectiva e descritiva a partir dos prontuários dos pacientes atendidos pelo serviço de Neurorreabilitação desde sua estruturação, em 2015. Os pacientes foram selecionados aleatoriamente conforme ano e CID pré-selecionados. Foram excluídos pacientes com prontuários incompletos, classificação inicial máxima nestas escalas ou que tenham falecido durante internação. Os dados epidemiológicos e relacionados ao Índice de Barthel (IB) e da Escala Funcional de Ingestão Oral (sigla em inglês, FOIS) foram analisados.

Resultados: Foram selecionados 259 atendimentos ao longo do período de estudo. Dos pacientes com acompanhamento fonoaudiológico, a amostra compôs-se por 63% de mulheres e apresentou idade média de 76 (36–101) anos. Considerando-se o FOIS, 40–45% apresentaram melhora ainda durante a internação. Os pacientes atendidos pela fisioterapia dividiram-se em 66% de mulheres e 34% de homens, idade média de 70 (15–93) anos. A melhora do IB foi, em média, de 2,38 a 4,0 pontos, sendo 2017 o ano com melhor resultado, com amplitude interquartil de 1–5 pontos.

Discussão: Yornell (2005), cujo trabalho foca a abordagem multidisciplinar de pacientes vítimas de trauma elétrico, descreve o uso do IB dentre outros parâmetros no acompanhamento da reabilitação funcional. Turner-Stokes et al. (2009) compara a GAS (sigla inglês, Goal Attaining Scaling) contra escalas pré-estabelecidas com intuito de avaliar sua viabilidade como alternativa mais prática e igualmente eficaz. O presente estudo traz resultados comparáveis à literatura e reforça a necessidade de contínua autoavaliação para balizar o aprimoramento dos serviços multidisciplinares, cujo impacto positivo à recuperação do paciente é inegável ao proporcionar maior integração entre as especialidades e seus planos terapêuticos.