CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672755
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Astrocitoma pilocítico cerebelar sólido e bilobulado: apresentação incomum

Ana Luiza Ramalho Uruguay
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Ródio Luís Brandão Câmara
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Guilherme Lucas de Oliveira Lima
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Paulo Eduardo Fernandes Rodovalho
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Moisés Felipe da Costa Fernandes
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Juliano José da Silva
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Luana Lopes de Medeiros
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Caio Trajano Siqueira Salgado
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Yaskara da Silva Rodrigues Freire
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Yan Junqueira e Silva
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Marcel Catão Ferreira dos Santos
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Arthur Steven Costa de Sá
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Relato do caso: H.M.A. Sexo feminino, 24 anos, quadro comportamental, que levou a diagnóstico de lesão expansiva cerebelar esquerda. Submetida a microcirurgia em dois tempos para ressecção completa de lesão cujo achado cirúrgico foi compatível com neoplasia sólida bilobulada do hemisfério cerebelar esquerdo. No momento apresenta várias queixas compatíveis com síndrome cerebelar esquerda e também queixas visuais. EXAME FÍSICO. BEG, ECGl 15, isocórica, nistagmo às manobras de avaliação da motricidade ocular extrínseca, deambulação com marcha lentificada, com instabilidade e acentuada ataxia em dimídio esquerdo, com dismetria (4+/4+) na prova index nariz à esquerda, contudo sem paresias evidentes. RM CR NIO (11/09/2017). Pré-operatória. Lesão expansiva heterogênea com marcada restrição à difusão e realce heterogêneo e periférico, localizada no hemisfério cerebelar esquerdo. Extensão para vermis cerebelar e obliteração do quarto ventrículo. lesão contígua ovalada com alto sinal em T2 e FLAIR na periferia do parênquima cerebelar esquerdo, apresentando marcada restrição à difusão. EXAME HISTOPATOLÓGICO IMUNOHISTOQUÍMICO (05/10/2017) – Astrocitoma pilocítico cerebelar. Grau I – OMS.

Discussão: Os astrocitomas pilocíticos correspondem a 10% dos astrocitomas cerebrais. Os astrocitomas pilocíticos cerebelares geralmente são císticos, metade possuindo nódulo mural. Somente 17% desses astrocitomas apresentam-se como uma massa sólida com cistos mínimos ou ausentes. O aspecto sólido, diverso da apresentação cística “clássica” pode gerar dúvidas no diagnóstico diferencial em relação a outros tipos de astrocitomas. Contudo, o direcionamento diagnóstico é obtido a partir de dados confrontados, como: idade jovem, achados mais sugestivos da patologia, como por exemplo, a presença de fibras de Rosenthal, e também tem-se os achados macroscópicos e de imagem, como a localização periventricular, e a tendência a romper a pia-máter e atingir o espaço subaracnoide adjacente, entre outros aspectos.

Considerações finais: O caso concreto representou um desafio diagnóstico pelas características incomuns de um astrocitoma pilocítico cerebelar que por ser sólido poderia ser diagnosticado inadvertidamente como outro tipo de glioma de terapêutica e prognóstico diversos. O confronto dos dados clínicos, epidemiológicos, de imagem, histoimunopatológicos e cirúrgicos permitem estabelecer um diagnóstico mais adequado, evitando-se a ênfase exagerada em dados isolados.