CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672743
E-Poster – Neurointensivism
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Utilização de método não invasivo para aferição da PIC antes e após craniectomia descompressiva em paciente com hipertensão intracraniana idiopática: relato de caso

Stephanie Ramos de Farias
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
,
Mylena Miki Lopes Ideta
2   Universidade Federal do Amazonas
,
Ingrid Soani Amaral do Couto
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
,
Marcos Robert da Silva Souza
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
,
Alcimar Lavareda dos Santos Júnior
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
,
Rodrigo Viana Martins
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
,
Robson Luis de Oliveira Amorim
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
,
Moysés Isaac Cohen
1   Hospital Universitário Getúlio Vargas
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Paciente DLSC, 38 anos, feminino, diagnosticada com Hipertensão Intracraniana Idiopática (HII) refratária ao tratamento clínico. Evoluiu com papiledema, diminuição da acuidade visual e piora da cefaleia gradativamente com caráter incapacitante, sem melhora mesmo em vigência de funcionamento da válvula da derivação lomboperitoneal (DLP) e em doses otimizadas das medicações. As punções lombares com manometria demonstraram pressões de abertura (PA) elevadas (média de 28 cm de H2O) associadas com a presença de ondas patológicas sugestivas de hipertensão intracraniana (HIC) na monitoração não invasiva da PIC, exibindo P2 > P1. A Tomografia Computadorizada (TC) de crânio revelou ventrículos em fenda, contraindicando a derivação ventriculoperitoneal (DVP). Com isso, optou-se pela craniectomia temporal descompressiva bilateral e, no pós-operatório, foi realizada nova avaliação da curva da PIC, demostrando morfologia normalizada (P1 > P2). A paciente recebeu alta hospitalar em remissão da cefaleia e melhora da acuidade visual. A HII é caracterizada por sinais e sintomas associados ao aumento da pressão intracraniana na ausência de lesão expansiva ou outra causa identificável. A condição deve ser identificada de forma precoce e o tratamento efetivo deve ser instituído, afim de evitar o desenvolvimento de complicações, como amaurose. O tratamento de primeira linha é usualmente realizado com medicamentos e mudança de estilo de vida. O tratamento com DLP ou DVP está indicado para casos clinicamente refratários. Em raros casos pode ser necessária a descompressão craniana como medida de resgate. Nesse relato, é descrito, até onde sabemos, a primeira avaliação de HII evidenciada por equipamento de monitoração não invasiva da PIC (Braincare, 2012), o que auxiliou na definição da conduta terapêutica instituída. O quadro de HIC no pré-operatório através da onda patológica da PIC que demonstrou a redução da complacência cerebral (P2>P1) pôde ser comparado com o resultado pós-cirúrgico, no qual houve normalização do padrão da onda (P1>P2), corroborada pela melhora clínica da paciente. Dessa forma, este equipamento pode se apresentar como opção diagnóstica não invasiva, além de fornecer dados objetivos da resposta ou não a um tratamento clínico ou cirúrgico implementado.