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DOI: 10.1055/s-0038-1672742
Avaliação não invasiva das curvas de pressão intracraniana em pacientes com diagnóstico de morte encefálica
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: A morte encefálica (ME) é definida como estado clínico irreversível, em que as funções cerebrais e do tronco encefálico estão comprometidas de forma irremediável. A monitoração da Pressão Intracraniana (PIC) indica a pressão de perfusão sanguínea cerebral através da relação com a pressão arterial média, sendo, portanto, uma opção de exame complementar para confirmação da morte encefálica.
Objetivo: Este estudo utiliza a monitoração não invasiva da PIC para avaliar o comportamento das curvas da PIC nos pacientes em protocolo de ME.
Método: O estudo é unicêntrico, analítico na forma de caso-controle. Os participantes foram divididos no grupo caso (pacientes com diagnóstico clínico de ME) e no controle (indivíduos saudáveis). Todos os participantes foram submetidos à monitoração não invasiva da PIC por meio do sistema composto por uma faixa ajustada à cabeça do indivíduo na qual a variação da resistência dos extensômetros permite a aquisição de sinais elétricos que são amplificados e coletados pelo programa ICM+8.0 por um período de 5 minutos com o indivíduo em posição supina. A monitoração não invasiva da PIC permite observar as seguintes variáveis: amplitude de P1, amplitude de P2, relação P2/P1 e amplitude máxima, analisadas no programa STATA 12.0.
Resultados: Foram analisadas as curvas de PIC de 13 pacientes. O grupo caso foi composto por 8 pacientes (4M, 4F, idade média de 48,12 anos) e as causas de morte foram: Acidente Vascular Hemorrágico (75%), Traumatismo Crânioencefálico (12,5%) e Neoplasia (12,5%). Cinco pacientes foram alocados no grupo controle (3H, 2M, idade média de 37,6 anos). Na Amplitude de P1, foi encontrada a média no grupo caso de 0,71 ± 0,79 mV comparada ao grupo controle com média de 1,72 ± 1,22 mV (p = 0,05). Na amplitude de P2, o grupo caso apresentou média de 0,37 ± 0,31 mV comparada ao grupo controle com média de 1,039 ± 0,81 mV (p = 0,07). Na relação P2/P1 não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p = 0,4977). Na variável amplitude máxima, a média do grupo caso foi de 2,48 ± 0,48 mV e a do grupo-controle foi de 3,19 ± 0,43 mV, sendo a diferença estatisticamente significativa (p = 0,01).
Conclusão: Apesar de não ter sido observada diferença qualitativa nas curvas da PIC entre os grupos caso e controle, a amplitude máxima e de P1 se apresentaram diminuídas nos pacientes do grupo caso, dado que pode corroborar o diagnóstico de ME.