CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672732
E-Poster – Neurointensivism
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Pneumoencéfalo hipertensivo sintomático no pós-operatório de adultos: aspectos clínico, radiológico e terapêutico em série de casos de 2015 a 2017 em dois centros de neurocirurgia de Natal (RN)

Juliano José da Silva
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Moisés Felipe da Costa Fernandes
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Paulo Eduardo Fernandes Rodovalho
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Luana Lopes de Medeiros
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Fábio Barros Rodrigues da Silva
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Eduardo Ernesto Pelinca da Costa
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Guilherme Lucas de Oliveira Lima
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Sérgio Adrian Fernandes Dantas
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Nilson Pinheiro Júnior
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Boris Godeiro Fernandes Rabelo Caudas
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O pneumoencéfalo hipertensivo (PH), complicação incomum, definida como acúmulo intracraniano de ar sob tensão, tendo múltiplas etiologias. A teoria da “garrafa invertida” e a da válvula unidirecional são as principais teorias fisiopatogênicas.

Objetivo: Relatar três casos e revisão de literatura.

Relatos: Caso 1: Mulher, 57 anos, com nível de consciência rebaixado por volumoso meningioma da goteira olfatória, submetida à cirurgia sem intercorrências com dreno lombar externo (DLE). Falha de comunicação com UTI resultou em manutenção de drenagem. Evolui com piora do nível de consciência e déficit motor. TC evidenciou PH frontal de moderado. A trepanopunção (TP) transcutânea imediata com oclusão da DLE resultou em melhora clinica. Caso 2: Mulher, 61 anos, apresentou HSA aneurismática com hidrocefalia e implante de DVE. Angiografia confirma aneurisma roto em a. carótida interna esquerda, embolizado, e 3 não rotos contralaterais, tratados cirurgicamente. Após derivação ventriculoperitoneal (DVP) evoluiu com fístula liquórica (FL) nasal, que foi tratada inicialmente com tamponamento de seio frontal com cola biológica por meio de procedimento percutâneo guiado por radioscopia, não eficaz. A seguir tratada com enxerto autólogo de gordura, cola biológica e enxerto autólogo por via transcraniana. Evoluiu com cefaleia e hemiparesia progressiva 18 meses após tratamento da FL. TC identificou PH Frontal Bilateral, sendo realizado TP transcutânea imediata. Tratado definitivamente por por via endonasal. Caso 3: Masculino, 40 anos, implante prévio de DVP e ressecção de craniofaringioma, hipopituitarismo secundário, evolui com desorientação e sonolência, sem déficits novos, foi internado 13 meses após a abordagem cirúrgica para investigar causas metabólico-endocrinológicas. TC identificou PH Frontal direito. Tratado inicialmente com DVE, TP transcortical, não eficaz. A seguir tratado com correção cirúrgica de FL da base anterior do crânio por via transcraniana.

Discussão: O PH pode ocorrer no pós-operatório imediato ou tardio, não há evidencias de que um pneumoencéfalo não hipertensivo pós-cirúrgico, sem FL associada, pode se tornar um PH. É provável que a presença de derivações favoreça sua formação. Há um grande espectro clínico. A TP se mostrou um tratamento efetivo ou um possível tratamento de alívio.

Conclusões: PH é uma causa rara de deterioração neurológica em pacientes de pós-operatório, sendo potencialmente mórbida. Em casos de evolução abrupta a TP pode ser útil.