CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672714
E-Poster – Peripheral Nerve
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Abordagem posterior para transferência nervosa do nervo acessório para o nervo supraescapular no tratamento das lesões do plexo braquial: análise de 17 casos

Marcelo José da Silva de Magalhães
1   Hospital Aroldo Tourinho, Montes Claros, MG
2   Hospital Vila da Serra, Belo Horizonte, MG
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Objetivo: os autores realizaram uma avaliação epidemiológica e funcional dos pacientes portadores de lesões do plexo braquial que foram submetidos à transferência do nervo acessório para o nervo supraescapular utilizando acesso posterior com intuito de restaurar a abdução do ombro.

Método: Foram estudados 17 pacientes submetidos à neurotização do nervo supraescapular utilizando como doador o nervo acessório no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2016. Todos os pacientes foram operados pelo mesmo cirurgião. Foram avaliados os seguintes dados: idade dos pacientes, sexo, tempo até a realização do procedimento, mecanismo do trauma, ângulo de abdução obtido no controle de pós-operatório e tipos de lesões do plexo braquial apresentadas.

Resultados: Foram estudados ao todo 17 pacientes, sendo que 16 deles pertenciam ao sexo masculino. Nota-se que em 88% dos casos a etiologia do acidente esteve associada a acidente motociclístico. Em 2 casos não foi possível identificar a etiologia da lesão. A média de idade dos pacientes foi de 27,2 anos. A média de tempo compreendido entre o acidente e a cirurgia foi de 6,5 meses (2 pacientes não tinham esse dado). Observou-se que seis (35%) dos pacientes apresentaram lesão do tipo C5–C6, seis (35%) lesão do tipo C5–C6–C7, quatro (23%) do tipo completa e um (5%) do tipo C5–C6–C7–C8. No acompanhamento, 13 (76%) dos pacientes apresentaram uma força motora M4 e em quatro (23,5%) M0. No grupo sem resposta motora, um deles apresentou infecção em ferida cirúrgica e outro era obeso. O ângulo médio de abdução foi de 65° (em oito pacientes esse dado não estava disponível no prontuário). Outros procedimentos foram realizados nestes pacientes: transferência nervo frênico para nervo musculocutâneo, Oberlin, transferência miotendinosa múltipla para recuperação da extensão do punho e dedos e transferência do nervo intercostal para nervo musculocutâneo.

Conclusão: o acesso posterior para a realização da transferência do nervo acessório para nervo supraescapular apresenta resultados motores bons, com ângulo de abdução satisfatório. Estudo comparando essa técnica isolada e em combinação à transferência de ramo motor do tríceps para o nervo axilar será de grande valor.