CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672711
E-Poster – Peripheral Nerve
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Reanimação do nervo facial por anastomose hipoglosso-facial com a técnica terminolateral

Leonardo Gilmone Ruschel
1   Instituto de Neurologia de Curitiba
,
Ricardo Ramina
1   Instituto de Neurologia de Curitiba
,
Joseph Franklin Chenisz da Silva
1   Instituto de Neurologia de Curitiba
,
Victor Hugo da Costa Benaglia
1   Instituto de Neurologia de Curitiba
,
Guilherme Augusto Souza Machado
1   Instituto de Neurologia de Curitiba
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A cirurgia de anastomose hipoglosso-facial é o melhor tratamento para reanimação do nervo facial nos pacientes com paralisia facial grave. A técnica de anastomose terminoterminal tem como principais desvantagens a morbidade apresentada pelos pacientes relacionadas à transecção completa do nervo hipoglosso. A técnica de anastomose hipoglosso-facial terminolateral pode diminuir esses sintomas.

Objetivo: Avaliar o a recuperação do nervo facial com o uso da técnica de anastomose hipoglosso-facial terminolateral e a morbidade relacionada a técnica.

Métodos: Avaliamos retrospectivamente 12 pacientes com paralisia facial House-Brackmann grau VI de 2014 até 2017 que necessitaram de reanimação facial. O grau de recuperaçãoo pela escala de House-Brackmann foi utilizada para avaliação da recuperação do nervo facial, atrofia da língua e distúrbios de deglutição também foram avaliados.

Resultados: Foram operados 12 casos de 2014 até 2017 com tempo de acompanhamento médio de 3 anos. Os casos tiveram como causa da paralisia facial após ressecção de schwannoma vestibular (SV) > 3,5 cm em 7 casos, meningioma de angulo ponto cerebelar em 1, cavernoma de tronco em 1, glomus jugular em 1, após trauma facial em 1 e por paralisia congênita em 1 caso. A melhora da paresia facial foi observada em 91,6% dos pacientes (11/12). A maioria teve melhora mantendo HB grau III, 58,3% (7/12), HB grau IV 16,6% (2/12), HB grau II 16,6% (2/12) e um paciente que não melhorou, HB grau VI 8,4% (1/12). O único paciente que não teve qualquer melhora foi após cirurgia de ressecção de cavernoma de tronco. Os pacientes que tiveram melhora discreta, HB grau IV, um deles era por paralisia congênita e outro após ressecção de SV T4B. Nenhum dos pacientes apresentou atrofia lingual alteração de deglutição após a cirurgia.

Conclusão: A técnica de reanimação do nervo facial com anastomose hipoglosso-facial terminolateral tem bons resultados e baixa morbidade relacionada a motricidade da língua e problemas de deglutição relacionados à secção completa do nervo hipoglosso. O início da recuperação do nervo aparece em 3 meses até 1 ano após a cirurgia. Paralisias de longo período foram relacionadas aos piores resultados.