CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672677
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Biópsia cerebral estereotáxica para lesões intracranianas: resultados obtidos em um hospital terciário na cidade de Porto Alegre (RS)

Thiago Hoesker
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Jorge Wladimir Junqueira Bizzi
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Apio Cláudio Martins Antunes
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Paulo Petry Oppitz
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Eduardo Brescancin Vieira
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Lúcio Brandão Gomes
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Leonardo Dezordi
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
,
Lucas Danielli
1   Hospital de Clínicas de Porto Alegre
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Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Objetivos: Os autores apresentam uma análise retrospectiva de 30 biópsias cerebrais estereotáxicas guiadas por tomografia computadorizada (TC) em 29 pacientes, a fim de avaliar a eficácia da biópsia cerebral estereotáxica para o diagnóstico de lesões intracranianas.

Métodos: Todos os pacientes apresentavam nos exames de neuroimagem lesões intracranianas indeterminadas e foram tratados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre outubro de 2012 e abril de 2018. A idade dos pacientes variou de 14 a 82 anos (média de 52,3 anos) sendo que 62% dos pacientes eram do sexo feminino. Todos os pacientes foram submetidos a biópsia cerebral estereotáxica guiada por TC para verificação histológica utilizando o sistema para estereotaxia Leksell e o software da BrainLab.

Resultados: O diagnóstico histológico foi feito em 28 pacientes (acurácia diagnóstica de 93,3%) sendo que um dos pacientes necessitou realizar uma segunda bióspia devido ao resultado inconclusivo da primeira. O exame anatomopatológico transoperatório foi compatível com o diagnóstico definitivo em todos os casos, sendo que mesmo nos resultados inconclusivos (6,7% dos casos) a presença de alteração histológica foi compatível com a do exame transoperatório. As lesões neoplásicas foram diagnosticadas em 80% dos casos, sendo 21 casos de gliomas e 3 de linfomas. Os demais casos foram de origem infecciosa (4 casos) e de doenças desmielinizantes (2 casos). Dois pacientes (6,7% dos casos) submetidos a biópsia cerebral estereotáxica para o diagnóstico de lesões intracranianas apresentaram complicações hemorrágicas. Um paciente necessitou ser submetido a uma craniotomia para drenagem de hematoma intraparenquimatoso e o outro paciente apresentou piora motora devido à pequena hemorragia no local da punção, mas que foi acompanhado clinicamente. Nenhum dos pacientes submetidos a biópsia cerebral estereotáxica para o diagnóstico de lesões intracranianas foi a óbito em decorrência do procedimento diagnóstico. Os pacientes que apresentaram complicações apresentavam gliomas histologicamente malignos e lesões consideradas profundas.

Conclusões: A biópsia cerebral estereotáxica é um procedimento eficaz e relativamente seguro para o diagnóstico de lesões intracranianas. Além disso, é muito útil especialmente em pacientes que necessitam de confirmação histológica para iniciar o tratamento com rapidez e com taxas de morbimortalidade aceitáveis.