CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672671
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Estudo dos efeitos da termocoagulação bipolar na medula espinal de suínos: análise histológica e de temperatura

Ricardo Ferrareto Iglesio
1   HC-FM-USP
,
Almir Ferreira de Andrade
1   HC-FM-USP
,
Alessandro Rodrigo Belon
1   HC-FM-USP
,
Joaci Oliveira de Araújo
1   HC-FM-USP
,
Mônica Lourdes de Andrade Lima
1   HC-FM-USP
,
Vitor Ribeiro Paes
1   HC-FM-USP
,
Eberval Gadelha Figueiredo
1   HC-FM-USP
,
Manoel Jacobsen Teixeira
1   HC-FM-USP
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O sistema de eletrocautério bipolar é eficaz na obtenção de hemostasia, porém a falta de controle da temperatura aplicada ao tecido causa lesões térmicas difusas, muitas vezes lesando o tecido nervoso sadio. Busca-se o estudo da difusão da temperatura no tecido nervoso e a avaliação da magnitude e tamanho da lesão térmica causada em diferentes temperaturas e tempos de aplicação da corrente. Como objetivo secundário temos o desenvolvimento de um sistema que permita a termocoagulação com uma temperatura controlada de forma automática, proporcionando uma hemostasia mais precisa e eficaz.

Métodos: O estudo foi realizado em suínos anestesiados, após exposição da medula espinal. A medida da temperatura atingida durante a coagulação foi feita através do uso eletrodo com sensor de temperatura tipo termopar e também através de câmera termográfica. Após eutanásia do animal as amostras de medula submetidas à termocoagulação foram ressecadas e encaminhadas para análise anatomo-patológica para verificação da magnitude e tamanho da lesão térmica induzida. Foi realizado o cálculo amostral mostrando a necessidade de 35 amostras para estabelecer correlação entre temperatura de coagulação e lesão histológica.

Resultados: Foi observada uma variação de temperatura entre as lesões de 38 a 75°C e lesões progressivamente maiores e com maior taxa de carbonização do tecido com o aumento da temperatura. A câmera termográfica mostrou que as curvas isotérmicas ao redor da lesão também foram progressivamente maiores, caracterizando lesão térmica difusa e de outras estruturas adjacentes.

Conclusão: Os resultados mostraram que as lesões induzidas pela termocoagulação pelo bipolar, sem controle preciso de temperatura, ocorrem de forma difusa e muitas vezes levando à lesão tecidual além do desejado, algo extremamente prejudicial quando se busca a hemostasia de estruturas próximas a áreas eloquentes. Faz-se necessário o desenvolvimento de novas formas de controle de termocoagulação para se obter um efeito hemostático mais eficaz e preciso, com o mínimo dano possível às estruturas adjacentes.