Neuronavegação no âmbito do Sistema Único de Saúde: uma série de casos

Introdução: A neuronavegação é a integração espacial tridimensional de diversas estruturas craniocerebrais sem o arco estereotáxico. Esta tecnologia já foi descrita há mais de 30 anos. A sua utilização no Brasil, no entanto, ainda é privilegio quase exclusivo da medicina suplementar. A disponibilidade desta ferramenta de forma rotineira nos hospitais públicos pelo país ainda é uma raridade.

Métodos: Foram descritos 78 procedimentos neurocirúrgicos realizados na Santa Casa de Belo Horizonte no período de julho de 2017 a maio de 2018. Todos os procedimentos inclusos foram realizados com auxílio de neuronavegação. Os dados (idade média, gênero e procedimento realizado) foram obtidos retrospectivamente, por meio da revisão de prontuários digitalizados e com o livre consentimento dos envolvidos.

Resultados: A média de idade da nossa série foi de 45,5 anos, com idade máxima de 87 e mínima de 5 anos. Quanto ao gênero, 45 pacientes (57,7%) eram homens. Entre os procedimentos realizados, contabilizaram-se 34 exéreses de tumores intracranianos, 28 biópsias de lesões intracranianas, 5 artrodeses, 5 implantes de eletrodos para estimulação cerebral profunda, 5 exéreses de malformações arteriovenosas cerebrais e 3 derivações ventriculares.

Conclusão: Viabilizar este tipo de tecnologia no serviço público pode permitir a demonstração de resultados que melhorem resolutividade e custo-efetividade dos procedimentos neurocirúrgicos.