CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672648
E-Poster – Functional
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Estimulação elétrica do núcleo subtalâmico em pacientes com distonia primária refratária: série de cinco casos

João Welberthon Matos Queiroz
1   Hospital Santa Marcelina
,
Thailane Marie Feitosa Chaves
1   Hospital Santa Marcelina
,
Paulo Roberto Terzian Filho
1   Hospital Santa Marcelina
,
Fábio Godinho
1   Hospital Santa Marcelina
,
Maria Sheila Rocha
1   Hospital Santa Marcelina
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A estimulação elétrica do núcleo subtalâmico (NST) é uma terapia potencial para o tratamento da Distonia primária refratária. Poucos estudos relatam os efeitos desta intervenção.

Objetivo: relatar o resultado da estimulação elétrica bilateral do STN em portadores de Distonia primária.

Métodos: cinco pacientes foram avaliados no pré-operatório e após 6 meses da estimulação elétrica do STN. Os desfechos analisados foram: mudanças na escala de Distonia de Burke-Fahn-Marsden (BFM), escala de incapacidade de distonia e na escala de qualidade de vida (SF-36). Em relação à técnica cirúrgica, o planejamento anatômico foi baseado em fusão de estereotomografia com ressonância magnética não estereotáctica. Microregistro e macroestimulação intraoperatória foram utilizados.

Resultados: cinco pacientes com idade média de 44,6 anos (DP: 14,28) foram avaliados. A duração dos sintomas distônicos variaram de 1 a 31 anos (média: 16,6, DP: 12,4). A pontuação na escala de distonia BFM variou de 28 a 52 pontos no pré-operatório (média: 40,2, DP: 9,3 pontos). A pontuação média na escala de qualidade de vida (SF-36) no pré-operatório foi de 57,4 (DP: 7,47). Os valores na escala de incapacidade funcional por distonia variaram de 7 a 15 pontos (média: 11,4, DP: 3,1). Todos os pacientes apresentaram melhora significativa pós-operatória dos sintomas não motores: dor, ansiedade, perda de peso e insônia. Após 6 meses da cirurgia, os valores médios da escala BFM reduziram de 40,2 ± 9,3 para 12,4 ± 9,5 (redução de 73,1% – p = 0,001). A escala de incapacidade funcional apresentou declínio de 43,9% no mesmo período (p = 0,01). Houve melhora significativa na qualidade de vida, com redução dos valores médios da SF-36 em 50,8% (p < 0,001). Os parâmetros de estimulação foram os seguintes: I = 2 a 3,2 mA, PW = 60 a 90 μs, F = 140 a 180 Hz. Não houve complicações sérias relacionadas à cirurgia ou à estimulação.

Discussão/Conclusão: o Globo Pálido Interno é considerado o alvo clássico para tratamento das distonias primárias. Contudo, é descrita uma taxa de insucesso em 25% dos pacientes. Nossos resultados reforçam a hipótese de que a estimulação do NST constitui uma terapia segura e eficaz, possibilitando melhoria da qualidade de vida dos pacientes com distonia primária refratária.