CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672640
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Rizotomia dorsal seletiva cervical para controle de espasticidade em membro superior: relato de caso

Henrique Nunes Pereira Oliva
1   Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (Fipmoc)
,
Isabela Oliveira Gomes
1   Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (Fipmoc)
,
Marcelo José da Silva de Magalhães
2   Hospital Vila da Serra
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Paciente B.N.A.A.S., 21 anos, gênero feminino. Quadro pregresso de hemiparesia em dimídio direito, predominante em membro superior direito, decorrente de paralisia cerebral. Associado ao quadro de paresia. Nota-se, ainda, a presença de distonia braquial. Sintomas estavam presentes desde a infância. Ao exame neurológico inicial, observa-se pontuação de Ashworth 4 para abdução do ombro, extensão do cotovelo, punhos e dedos. À inspeção, observa-se presença de encurtamento do tendão bicipital, pronação do antebraço, hiperextensão em punho e dedos com subluxações e abdução do ombro. Membro inferior dificuldade de flexão e extensão do joelho mantendo pé cavo varo, com comprometimento discreto da marcha. Pontuação de Ashworth para membro inferior 1. Como tratamento inicial para espasticidade foi optado pela aplicação seriadas de toxina botulínica em três ocasiões, com melhora parcial e momentânea dos sintomas. Também fez uso de Baclofeno oral com resposta parcial dos sintomas, além da fisioterapia motora, com resultados discretos. Após devida orientação, a paciente optou pela rizotomia dorsal seletiva cervical como complementação de seu tratamento. Paciente foi submetida à hemilaminectomia cervical C3–C7, durotomia e rizotomia de aproximadamente 30% das radículas de cada raiz dorsal à direita. No pós-operatório imediato a paciente apresentou parestesias em membro superior com redução da espasticidade para abdução do ombro e parcial para flexão do cotovelo, punho e dedos. Em controle de 60 dias de pós-operatório notou uma pontuação de Ashworth 0 para abdução do ombro, 2 para extensão do cotovelo e 3 para punho e dedos, sem presença de parestesias.

Discussão: a paralisia cerebral pode se manifestar de diferentes formas, predominando aquelas com paresia e espasticidade. Atualmente, existem diferentes formas do manejo da espasticidade, como: toxina botulínica, bombas intratecais de baclofeno, além de procedimentos coadjuvantes como as tenotomias, tenoplastias e transferências miotendinosas. Importante acrescentar nesse armamentário cirúrgico a rizotomia dorsal seletiva cervical.

Comentários finais: A rizotomia dorsal seletiva cervical pode ser uma opção de segunda escolha para o tratamento da espasticidade do membro superior. Estudos com um número maior de paciente serão úteis para avaliar possíveis morbidades e duração dos seus efeitos em longo prazo.