CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672634
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Aumento do número de crises parciais simples epilépticas após trauma psiquiátrico: relato de caso

Gilmar Silveira da Silva
1   Universidade Federal de Pelotas
,
Lucas Rodrigues Mostardeiro
2   Universidade Católica de Pelotas
,
Hugo Guilherme de Moraes Jurema
2   Universidade Católica de Pelotas
,
Rafael Harter Tomaszeski
2   Universidade Católica de Pelotas
,
Nathalia Rochinhas da Costa Portella
3   Universidade de Passo Fundo
,
Frederico de Lima Gibbon
2   Universidade Católica de Pelotas
,
Rafael Augusto Espanhol
4   Hospital São Vicente de Paulo
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Paciente AMV, masculino, 20 anos, sem história familiar de Epilepsia, com início das crises há 10 anos, quando procurou atendimento médico para esclarecimento de crises. Essas apresentavam manutenção da consciência, contrações dos músculos da face, perda de postura sem duração precisa. O paciente fazia tratamento com benzodiazepínicos, sendo que após o início do tratamento as crises foram raras no período de anos. Sem interrupção de terapia com o fármaco, houve relato de aumento das crises epiléticas após trauma psiquiátrico por perda de ente querido com as mesmas características das crises anteriores. Não houve relato de alteração adjacente concomitante ao choque psiquiátrico que pudessem justificar o aumento do número de crises epiléticas.

Discussão: A Epilepsia é uma doença relativamente comum com presença de crises convulsivas crônicas, começando na maioria dos casos durante a infância. Este estudo de caso demonstra uma condição bastante incomum onde a história da doença epilética é modificada após situações de etiologia psiquiátrica. A bibliografia utilizada demonstrou em um trabalho relação de crises epiléticas com as seguintes complicações psiquiátricas: psicose, depressão, suicídio, mania e transtorno da ansiedade. Em nenhum momento houve descrição do aumento do número de crises após trauma psiquiátrico.

Comentários finais: Embora tenham ocorrido imensas mudanças na farmacoterapia para a doença epilética nos últimos anos, bem como aumento do número de ferramentas diagnósticas para possível etiologia da doença epilética, não há exata explicação para o desenvolvimento da doença. A literatura por vezes considera a Epilepsia como uma doença genética, sendo mais comum entre parentes consanguíneos. O Estudo de caso apresentou uma situação em que não houve explicação posterior na Bibliografia, abrindo janela para novos estudos sobre a possível fisiopatologia da doença Epilética. Dentre as possíveis causas psiquiátricas para crises convulsivas isoladas, estava o estresse, mas nenhuma das referências utilizadas precisou que elas poderiam desencadear um real quadro de doença epilética, despertando ainda mais o interesse em pesquisa sobre a relação entre ambos os tópicos.