CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672630
E-Poster – Functional
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Degeneração da conectividade funcional na banda teta em pacientes com epilepsia do lobo temporal

Francinaldo Lobato Gomes
1   Neurogenesis Instituto de Neurociências
,
José de Santana Fiel
2   Instituto de Tecnologia, UFPA
,
Mylena dos Reis Ferreira
3   Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais
,
Eline Mesquita Melo
4   Instituto de Ciências Biológicas, UFPA
,
Rodrigo Milhomens Pereira
3   Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais
,
Bruno Duarte Gomes
5   Laboratório de Neurofisiologia Eduardo Oswaldo Cruz, Instituto de Ciências Biológicas, UFPA
,
Schubert Ribeiro de Carvalho
5   Laboratório de Neurofisiologia Eduardo Oswaldo Cruz, Instituto de Ciências Biológicas, UFPA
,
Antônio Pereira
6   Laboratório de Neurofisiologia Eduardo Oswaldo Cruz, Instituto de Ciências Biológicas, UFPA
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Transtornos neurológicos como a doença de Alzheimer, Esclerose Lateral Amiotrófica e Epilepsia têm sido associados à organização anormal das redes cerebrais. Estudos mostram que há um aumento da conectividade local (de curta distância) da rede de modo padrão (RMP) de pacientes epilépticos, ao mesmo tempo em que ocorre uma diminuição da conectividade global (de longa distância) nesses pacientes.

Objetivo: No presente trabalho, avaliamos as diferenças na topologia da RMP em cinco pacientes (idade média 33, desvio padrão 12 anos) com epilepsia do lobo temporal (ELT) e cinco controles saudáveis, pareados por idade. Caracterizamos a topologia da rede através da conectividade funcional dos registros de eletroencefalograma (EEG) em estado de repouso.

Método: Enquanto os pacientes estavam sentados em uma cadeira olhando para uma parede em branco, os sinais EEG foram registrados por nove minutos usando um sistema de 22 canais EEG (Neuromap 40i, Neurotec, Brasil) com uma frequência de amostragem de 256 Hz e Fpz como terra. Eletrodos localizados nas apófises mastoides foram usados como referência. Os dados de EEG foram pré-processados no Matlab usando a plataforma EEGLAB para remoção de artefatos biológicos e não biológicos. A Conectividade Funcional (CF) foi estimada em três bandas de frequência, teta (4–8 Hz), alfa (8–12 Hz) e beta (13–30 Hz), através da medida denominada debiased weighted phase-lag index (dWPLI), que avalia a sincronia de fase entre pares de eletrodos.

Resultados: Não houve diferença estatística significativa na CF entre os grupos nas bandas de frequência beta e alfa. No entanto, uma diferença estatística significativa (p < 0,05, teste não paramétrico de Mann-Whitney) foi encontrada entre os grupos em relação à magnitude da CF, para as conexões fronto-parietais (entre os pares de eletrodos F8–P4, Fp1–P4 e Fp1-Pz) e as conexões fronto-occipitais (entre os pares de eletrodos F8–O2, Fp1–O2, Fp2–O2, F3-Oz) na banda teta.

Conclusão: Nossos achados revelam diferenças significativas na CF na banda teta entre os grupos, particularmente entre a conectividade de longa distância, o que sustenta a noção de que a degeneração do ritmo teta está associada à ineficiência na conectividade global em distúrbios neurológicos.