CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672623
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Estimulação medular em alta frequência para tratamento de neuralgia pós-herpética: relato de caso e revisão de literatura

Cíntia Gonçalves Urbano Cavalcante
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
,
Ana Luiza Felizardo Mendes Oliveira
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
,
Andrei Luiz Fernandes do Carmo
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
,
Aline Cavalcanti Dantas
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
,
Diego Pereira de Melo Oliveira
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba (FCM-JP)
,
Taysa Maria Nóbrega de Sousa
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
,
Matheus Pereira Fernandes
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
,
Mateus Santiago de Souza
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
,
Marina Pires de Sousa Braga
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
,
Clara Célia Marinho Linhares
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
,
João Rosier Ferreira Filho
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
,
Nayara Sayonara Duarte Delgado
2   Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba (FCM-JP)
,
Emerson Magno de Andrade
1   Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Feminino, 81 anos, diagnosticada com neuralgia pós-herpética em dermátomos L1–L2 à direita. Realizado inicialmente tratamento medicamentoso, aplicação de toxina botulínica e bloqueio anestésico local e peridura, todos sem resposta satisfatória. Devido à persistência da dor, foi submetida à estimulação medular epidural teste (EME), em que é implantado um eletrodo epidural percutâneo a fim de avaliar a resposta da dor; permeneceu internada durante 5 dias e foi realizada a estimulação percutânea no leito. Após o mapeamento do território da dor, para avaliar a resposta a estimulação, relatou melhora da dor superior a 50%, sendo realizado implante de eletrodo epidural em placa através de laminectomia no espaço T10–T11. A paciente apresentou uma boa resposta à estimulação tônica, porém após 6 meses, a dor passou a apresentar um caráter refratário. Diante na recorrência dos sintomas, optou-se por estimulação em alta frequência, obtendo alívio superior a 70% durante o seguimento.

Discussão: A neuralgia pós-herpética é caracterizada por dor em um período maior que três meses após resolução das lesões de pele observadas no herpes-zóster. Esta é uma erupção cutânea dolorosa na distribuição de um dermátomo. Tal manifestação ocorre devido à aquiescência do vírus varicela-zóster associada a imunodeficiência. A dor é caracterizada como incapacitante em pacientes com neuralgia pós-herpética, sendo a EM uma técnica adequada, muito utilizada no manejo álgico. O teste de estimulação percutânea é amplamente empregado e visa a identificar a resposta à dor. Os indivíduos que apresentarem resultado satisfatório são encaminhados para o implante definitivo. A estimulação em alta frequência, em que não há a percepção da estimulação, pode ser uma opção para casos refratários.

Comentários finais: A neuralgia pós-herpética é uma entidade complexa e de difícil controle, impactando negativamente na vida dos pacientes, requerendo para seu alívio, muitas vezes, diferentes abordagens. A EM de alta frequência para controle agudo da dor constitui satisfatória alternativa terapêutica nos casos refratários ao tratamento farmacológico, além de proporcionar melhora significativa na qualidade de vida.