CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672615
E-Poster – Functional
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Hipofisectomia para tratamento da dor óssea difusa em pacientes oncológicos: análise pós-operatória de nove pacientes

A. J. M. Lopes
1   Hospital das Clínicas, FM-USP
,
Kléber Paiva Duarte
1   Hospital das Clínicas, FM-USP
,
Manoel Jacobsen Teixeira
1   Hospital das Clínicas, FM-USP
,
Ricardo Ferrareto Iglesio
1   Hospital das Clínicas, FM-USP
,
Catarina Couras Lins
1   Hospital das Clínicas, FM-USP
,
Rodrigo Silva Bueno
1   Hospital das Clínicas, FM-USP
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A dor óssea difusa é um achado comum em pacientes com metástases ósseas, sendo frequentemente um tratamento desafiador para os profissionais de saúde. Em 1948, Scott descreveu a primeira lise hipofisária para tratamento de um tumor prostático. A partir desse relato seguiram-se outros trabalhos evidenciando melhora da dor óssea em pacientes com metástases de tumores hormônio-dependentes. Apesar da efetividade o procedimento é ainda subutilizado mesmo em grandes centros neurocirúrgicos.

Objetivo: Avaliar o resultado e descrever a técnica da neuroadenólise hipofisária estereotáctica transesfenoidal por radiofrequência para tratamento da dor óssea difusa em pacientes oncológicos em fase final da vida.

Métodos: Nove pacientes foram submetidos à hipofisectomia transesfenoidal por radiofrequência, seguindo técnica estereotáctica e fusão de imagem, sob anestesia local. Para a avaliação de resultados foram consideradas a Escala Verbal Numérica pré e pós-operatória, bem como perfil hormonal e complicações relacionadas ao procedimento cirúrgico.

Resultados: A avaliação final foi realizada em nove pacientes, no período de 2013 a 2016. Seis pacientes eram do sexo masculino (câncer de próstata) e três do sexo feminino (câncer de mama). A idade variou de 37–72 anos. Sete pacientes (77,7%) apresentaram alguma melhora da dor difusa em período pós-operatório, entre 37,5% a 70% em relação a dor em período pré-operatório. O tempo de sobrevida após o procedimento foi de 3,1 meses em média, variando de 1–12 meses (uma paciente estava viva até a última avaliação). Dois pacientes apresentaram fístula liquórica, havendo resolução após derivação lombar externa e uma paciente, com carcinomatose meníngea, apresentou amaurose bilateral. Sete pessoas não evidenciaram alterações hormonais em pós-operatório (um dos pacientes não foi avaliado e o outro apresentava baixos níveis de ACTH antes do procedimento, já em uso de dexametasona).

Conclusão: O tratamento da dor em pacientes oncológicos é complexo, havendo múltiplos fatores envolvidos. A hipofisectomia por radiofrequência demonstrou ser um procedimento efetivo para tratamento da dor óssea, proporcionando melhora da qualidade vida em pacientes em fase final da vida.