CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672608
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Perfil epidemiológico cirúrgico de doenças da coluna vertebral em um serviço de referência neurocirúrgica no Rio Grande do Sul

Guilherme Finger
1   Hospital Cristo Redentor
,
André Martins de Lima Cecchini
1   Hospital Cristo Redentor
,
Felipe Martins de Lima Cecchini
1   Hospital Cristo Redentor
,
Tiago Paczko Bozko Cecchini
2   Universidade Luterana do Brasil
,
Victor Viecceli Villarinho
2   Universidade Luterana do Brasil
,
Lucas Inácio Cruvinel
2   Universidade Luterana do Brasil
,
Vitor Leonetti Corrêa
2   Universidade Luterana do Brasil
,
Tales Barros Cassal Wandscheer
2   Universidade Luterana do Brasil
,
Guilherme Zamboni Villa
2   Universidade Luterana do Brasil
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: serviço de neurocirurgia referência no sul do Brasil que atende Porto Alegre e região metropolitana. Recebe pacientes de todo estado para terapia aprimorada. É voltado ao traumatismo raquimedular, mas há pacientes internados e manejados com patologias degenerativas e infecções de coluna.

Objetivo: determinar o perfil de doenças tratadas cirurgicamente e identificar epidemiologia de pacientes internados entre 2015 e 2018.

Método: estudo transversal temporal com análise retrospectiva de pacientes internados no período por patologia na coluna vertebral. Casos selecionados no arquivo digital da instituição baseado no registro de cirurgias realizadas pelo código de procedimentos cirúrgicos do SUS. Foram avaliados patologia base, procedimento realizado, tempo de internação e epidemiologia. Patologias foram divididas em traumatismo, infecção, degenerativa e tumor.

Resultados: 598 pacientes operados no período, 61,53% do sexo masculino. Idade média da amostra de 48,98 anos (± 16,54); vítimas de traumatismo em média mais jovens (43,7 ± 17,6) que pacientes com patologia degenerativa (57,5 ± 13,3) ou com infecção na coluna (58,3 ± 13,8). A média de internação foi de 21,74 dias (± 25,24) variando de 2 a 215 dias. Patologias degenerativas têm menor tempo de internação (16,7 ± 14,4); infecção, maior (37,19 ± 30,26). O procedimento cirúrgico mais realizado foi artrodese, 313 (62,85%), seguido de discectomia (26,3%). Respectivamente, patologias mais prevalentes: doenças degenerativas, trauma, tumor e infecção. Doenças degenerativas mais incidentes: hérnia de disco lombar (37,6%) e mielopatia espondilótica cervical (20%). Em traumatismo raquimedular, o principal segmento acometido foi o cervical (41%), seguido do torácico (36,3%); 145 (61,9%) pacientes apresentavam Frankel E e 40 (17%) Frankel A. Nos pacientes com tumor, o segmento torácico foi o mais acometido, a maioria por metástases da coluna. Os sítios primários mais prevalentes foram mama, pulmão e próstata. Em infecção na coluna, a principal patologia de base foi discite (50% no segmento torácico). O principal patógeno foi Staphylococcus aureus seguido por bacilo de Koch.

Conclusão: o serviço realiza em média 199,3 cirurgias da coluna vertebral ao ano. A maioria dos pacientes portava patologia degenerativa ou trauma raquimedular. Embora o perfil do serviço seja trauma, patologias não traumáticas correspondem a 53,01% do volume cirúrgico, demonstrando formação completa dos residentes em patologias da coluna vertebral.