CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672555
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Estabilização cervical dinâmica: uma nova abordagem terapêutica

Jorge Alberto Frischenbruder
1   Hospital Moinhos de Vento
,
Rover Borba
1   Hospital Moinhos de Vento
,
Elias Fernando Ibarra Mancilla
1   Hospital Moinhos de Vento
› Author Affiliations
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Para o tratamento de doenças da coluna cervical como DDD e protusão discal, há diferentes técnicas descritas. Embora a artrodese rígida seja o padrão-ouro e tenha apresentado bons resultados, é discutido na literatura que a imobilização segmentar e a sobrecarga aceleram a degeneração do nível adjacente. A prótese total de disco (PTD), que foi desenvolvida no intuito de melhorar este efeito, ainda não foi suficiente para mudar o paradigma de artrodese rígida para artroplastia como procedimento padrão, pois ocorrem lesões nos ligamentos e nas juntas facetárias. Neste sentido, a artrodese cervical dinâmica, com o Implante Cervical Dinâmico (DCI), une as vantagens da artrodese rígida com a manutenção da mobilidade da artroplastia, pois é um procedimento de não fusão que mantém a flexo-extensão do segmento e controla a rotação e a flexão lateral.

Objetivo: Descrever os resultados clínicos obtidos com o uso do Implante Cervical Dinâmico para artrodese dinâmica da coluna cervical em um grupo de pacientes em um período de seis meses.

Metodologia: Sete pacientes com DDD, mediana de 46 anos, foram tratados em dois níveis com o DCI, totalizando 14 implantes. Destes, somente três pacientes foram acompanhados por seis meses e o desfecho clínico foi avaliado por Neck Disability Index (NDI), Escala Análoga Visual (VAS), e pela escala da Associação Japonesa de Ortopedia (JOA), no momento pré-operatório, três e seis meses após a cirurgia. Além disso, o alinhamento cervical e o alcance de movimento também foram analisados por radiografia.

Resultados: A partir do terceiro mês de seguimento houve uma redução significativa no NDI% (de 78,2% para 28,9%), VAS de dor na nuca (de 9 para 3), VAS de dor para os braços (de 9,3 para 1,3), e uma elevação da escala JOA (de 11 para 14), sendo que estes resultados permaneceram estáveis do terceiro até o sexto mês de seguimento. A flexo-extensão apresentou mínima redução, e a flexão e a rotação permaneceram controladas durante o período do estudo. Não houve eventos adversos em nenhum dos três pacientes acompanhados.

Conclusões: O potencial biomecânico do DCI mantém o movimento segmentar, prevenindo a síndrome do nível adjacente, e protege o estresse das juntas das facetas que ocorre na PTD. É encorajador o uso desta técnica de não fusão pela excelente melhora clínica e resultados radiológicos deste pequeno relato de experiência, porém, a indicação correta e a técnica cirúrgica são fundamentais para o sucesso clínico.