CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672551
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Perfil epidemiológico dos pacientes atendidos com diagnóstico de espondilodiscite no Hospital da Restauração do Recife

Jesuíno Albino
1   Hospital da Restauração
,
Geraldo Sá Carneiro Filho
1   Hospital da Restauração
,
Lidemarcks Irineu Andrade
1   Hospital da Restauração
,
Deoclides Lima Bezerra Junior
1   Hospital da Restauração
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A espondilodiscite é uma patologia relativamente rara, definida como um processo inflamatório, de origem infecciosa, que acomete, primariamente, o disco intervertebral, e propaga-se para os corpos vertebrais, sendo a conduta standard o tratamento conservador da terapêutica médica e a indicação cirúrgica só em casos particulares. A evolução para osteomielite, com dano neurológico associado decorrente da compressão de estruturas como nervosas, é o desfecho esperado, pelo que seu diagnóstico e tratamento precoce é fundamental.

Objetivo: Determinar o perfil epidemiológico e a prevalência de espondilodiscite em pacientes internados e submetidos a tratamento conservador no serviço de neurocirurgia do Hospital da Restauração do Recife.

Método: Estudo de coorte, retrospectivo, prospectivo, longitudinal, observacional. Foram revisados prontuários clínicos no período de 2011 a 2012, sendo captada a informação de oito pacientes; e 23 pacientes foram avaliados e seguidos durante o período de internamento de 2016 a 2018, obtendo uma mostra final de n = 31. Foram pesquisadas variáveis sociodemográficas (sexo, idade), e clínicas (nível da lesão, déficit neurológico, doenças de base, escala da dor e tratamento).

Resultados: A maior incidência de espondilodiscite foi encontrada no sexo masculino 61,2 % (19 pacientes), a idade média = 64,9 anos, sendo entre 60–79 anos, é a faixa etária mais afetada (72%). A localização predominante da lesão medular foi em coluna lombar (46%), região torácica (26%), vertebrais toracolombar (13%) e cervical (10%). A infecção de trato urinário foi o principal fator encontrado associado a complicações no tratamento (26%). As comorbidades de maior frequência encontradas foram a diabetes + hipertensão arterial sistêmica (39%), e a doença renal crônica em segundo lugar (29%). A avaliação neurológica mostrou que 50% dos pacientes apresentaram déficit motor (paraparesia) principalmente os de acometimento torácica. 100% dos pacientes receberam tratamento conservador (com antibiótico).

Conclusão: Pelos resultados obtidos, concluímos que: pacientes com espondilodiscite neste serviço tem como principal causa; infecção do trato urinário associado a diabetes e hipertensão arterial sistêmica. Preferência na região torácica, o que acarreta a presença de déficit motor de quase 50% dos casos.