CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672544
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Tumor ósseo de células gigantes como causa rara de fratura patológica de vértebra lombar com parafusos pediculares: relato de caso

Gustavo Bandeira Santos
1   Instituto Doutor José Frota (IJF)
,
Luiz Anderson Beviláqua Bandeira
1   Instituto Doutor José Frota (IJF)
,
Wanderson Ricardo Serapião da Silva
1   Instituto Doutor José Frota (IJF)
,
Guilherme Sabóia Silveira
1   Instituto Doutor José Frota (IJF)
,
Marcell Alves Macêdo
1   Instituto Doutor José Frota (IJF)
,
Coelho Parahyba
1   Instituto Doutor José Frota (IJF)
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Paciente LAA, masculino, 53 anos, com história de artrodese lombossacra (L4–S1) em dezembro de 2010 devido anterolistese grau II de L5 sobre S1. Evoluiu bem até junho de 2017, quando sofreu queda da própria altura e começou a apresentar lombalgia e dificuldade para deambular. Realizou TC de coluna lombossacra em setembro de 2017, a qual mostrou sinais de fratura patológica do corpo vertebral de L4. RNM de coluna lombar do mês seguinte evidenciou lesão de aspecto neoplásico substituindo a medula óssea e causando fratura compressiva do corpo vertebral de L4, infiltrando os elementos posteriores e determinando estenose do canal vertebral neste nível. O rastreio de neoplasia secundária não evidenciou lesão em outro sítio. Em outubro de 2017 foi submetido à ressecção completa da lesão e à colocação de dispositivo intersomático no local, seguido de nova artrodese lombossacra (L3–S1). Anatomopatológico e imuno-histoquímica confirmaram o diagnóstico de Tumor Ósseo de Células Gigantes (TCG). A principal causa de fratura patológica vertebral é a osteoporose primária (85%), enquanto os 15% restantes são secundários a doenças malignas. As lesões metastáticas compreendem a maioria dos tumores da coluna vertebral, sendo bastante incomum tumor primário nessa topografia. O TCG é uma neoplasia mesenquimal de caráter benigno com características agressivas e representa cerca de 5% dos tumores ósseos, tendo uma discreta predominância pelo sexo feminino e uma maior incidência entre a 2a e 4a décadas de vida. Os sítios mais comuns são: fêmur distal, tíbia proximal e rádio distal. Na coluna ele é extremamente raro (2 a 7% dos TCG), e quando ocorre é mais comum no sacro e menos na coluna lombar. Dor radicular, fraqueza muscular e déficit sensitivo normalmente compõem sua apresentação clínica. Nos exames de imagem o TCG apresenta-se como uma lesão lítica, expansiva, de margens bem definidas e com atenuação de partes moles, envolvendo o corpo vertebral e seus elementos posteriores. O tratamento de escolha, quando possível, é a ressecção em bloco da lesão. Em lesões extensas pode-se realizar embolização pré-operatória seguida de ressecção intralesional. Observa-se então que o paciente em questão apresentou uma lesão incomum em localização rara, e não se enquadrou no perfil epidemiológico relatado pela literatura. Assim é de suma importância uma investigação pré-operatória acurada para indicação adequada do tratamento, a fim de obter resultados pós-operatórios satisfatórios e alcançar um bom prognóstico.