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DOI: 10.1055/s-0038-1672517
Hematoma epidural cervical espontâneo simulando acidente vascular encefálico
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação de caso: E.R.M., 63 anos, hipertenso, antecedente de hemorragia digestiva alta há cerca de um ano secundária a coagulopatia em investigação. Acometido de cervicalgia iniciada ao fletir cabeça para realizar atividades corriqueiras, progressiva com irradiação supra-escapular esquerda. Admitido após 12 horas referindo perda de força em dimidio esquerdo, sem pares cranianos acometidos. Tomografia de crânio sem alterações, laboratório com plaquetopenia e coagulopatia. Em 2 horas passa a queixar-se de parestesias e disestesias em membros inferiores e retenção urinaria. Exame físico tetraparesia força muscular grau 3 a esquerda e grau 4 a direita. Realiza tomografia de cervical com hemorragia epidural no canal vertebral, ao nível de C1 a C4, compressão medular pior a esquerda, traço de fratura na porção posterior do corpo vertebral de C5, sem desalinhamento ósseo e espondiloartrose cervical. Devido à piora progressiva, paciente foi submetido correção da coagulopatia para cirurgia de urgência. Realizado laminectomia C2–C3 com drenagem de hematoma extradural, Bom controle tomográfico. Recebe alta em 1 semana com recuperação total dos déficits motores e esficterianos.
Discussão: O Hematoma epidural cervical espontâneo é uma condição pouco frequente, cujo quadro clinico típico é cervicalgia com irradiação para extremidades e sintomas de compressão medular. Ocorre espontaneamente ou ao mínimo trauma com sangramento venoso. Está associado a coagulopatia, anticoagulação, malformações vasculares, hérnia de disco, doença de Paget, manobra de Valsalva e hipertensão arterial sistêmica. Tomografia computadorizada e ressonância magnética são os métodos mais precisos para o diagnóstico. Terapia cirúrgica deve ser realizada a menos que o paciente esteja estável e assintomático.
Comentários finais: O raro hematoma cervical pode simular acidente vascular encefálico. Destacamos o alto grau de suspeição diante de cervicalgia e déficit motor sem pares cranianos envolvidos.