Subscribe to RSS
DOI: 10.1055/s-0038-1672499
Perfil epidemiológico do traumatismo raquimedular em hospital de referência no município de Recife (PE)
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: Pacientes vítimas de lesão raquimedular representam parcela significativa dos pacientes atendidos nas grandes emergências de neurocirurgia do Brasil. Nos últimos anos, é notável o aumento do número de pessoas com lesão medular, muitos dos quais atribuídos à violência urbana e acidentes de trânsito.
Objetivo: Identificar e caracterizar pacientes que sofreram traumatismo raquimedular (TRM) a nível de vértebras torácicas e/ou lombares, por meio de estudo retrospectivo de atendimentos em hospital de referência do município de Recife (PE), entre 2012 e 2017, a fim de traçar um perfil epidemiológico.
Método: Estudo realizado com base na revisão dos prontuários de 231 pacientes, feito no Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME) do hospital supracitado. Foi feita a análise de sete variáveis, sendo elas: idade, sexo, procedência, etiologia da fratura, nível, escala de Frankel na admissão e o tratamento realizado.
Resultados: A maior parte dos pacientes vem encaminhado do interior do estado (59,3%) e a grande prevalência foi do sexo masculino, 170 dos 231 pacientes avaliados (73,6%), na faixa etária entre 13 e 72 anos, enquanto o sexo feminino corresponde a 61 (26,4%), sendo acidentes de motocicleta a etiologia mais presente (36,8%) e 20–30 anos a faixa etária mais acometida, independentemente do sexo. A maioria apresentou, no momento da admissão, quadro neurológico Frankel E (47,6%) e nível da fratura exclusivo em L1 (21,6%). O tratamento foi, em 91,7%, a artrodese.
Conclusão: Pode ser afirmado, por esse estudo, que a característica predominante entre os acometidos por Traumatismo Raquimedular são jovens adultos do sexo masculino, procedentes do interior do estado, e que a artrodese é a principal forma de resolução para esse tipo de acometimento. Assim, é vital focar nesses indivíduos, a fim de montar políticas que diminuam essa incidência decorrente, em sua maioria, de acidentes com/por motociclistas e que congestionam o fluxo nos hospitais públicos da capital e oneram os gastos com a Saúde Pública.