CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672494
E-Poster – Skull Base
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Estesioneuroblastomas com invasão intracraniana: manejo e abordagem cirúrgica

Stephanie Lindner
1   Hospital Santa Isabel
,
Beatriz Sartori
1   Hospital Santa Isabel
,
Danielle de Lara
1   Hospital Santa Isabel
,
Amauri de Oliveira
1   Hospital Santa Isabel
,
Daiane Malacarne
1   Hospital Santa Isabel
,
Mateus Guerra
1   Hospital Santa Isabel
,
Leandro José Haas
1   Hospital Santa Isabel
,
Celso Itiberé Carvalho Bernardes
1   Hospital Santa Isabel
,
Vitor Hugo Boer
1   Hospital Santa Isabel
,
Filipe Laurindo Cabral
1   Hospital Santa Isabel
,
Luís Renato Garcez de Oliveira Mello
1   Hospital Santa Isabel
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação: Estesioneuroblastoma é um tumor originário do neuroepitélio olfativo. Com sintomas inespecíficos e de progressão lenta, o diagnóstico costuma ser tardio e com prognóstico restrito. Devido à raridade da doença, o tratamento ainda é bastante discutido, especialmente nos casos com invasão intracraniana. A ressecção craniofacial completa do tumor seguido de radioterapia é o tratamento padrão-ouro atualmente. Porém, a abordagem endoscópica vem sendo cada vez mais indicada, por apresentar vantagens quanto ao acesso à lesão, forma de ressecção e menos complicações pós-cirúrgicas. O objetivo deste estudo é discutir as possíveis abordagens cirúrgicas e as melhores opções de manejo. Apresentamos casos tratados em nosso serviço para ilustrar a discussão. Ambos com quadro clínico inespecífico e classificados como categoria C de Kadish pelo exame de imagem. A escolha pela técnica cirúrgica foi baseada na extensão do envolvimento da cavidade nasal e do componente intracraniano para além das lâminas papiráceas. Um dos casos foi submetido à abordagem tradicional aberta e necessitou de reabordagem cirúrgica por via craniofacial devido à recidiva leucorregional. O paciente submetido à abordagem endoscópica não precisou ser reoperado. Ambos complementaram seus tratamentos com radioterapia.

Discussão: Estudos demonstram que, apesar da impossibilidade de ressecção en bloc da lesão na técnica endonasal, os princípios oncocirúrgicos podem ser aplicados. Com o advento de diferentes técnicas de fechamento da base do crânio por via endonasal, como o flap pediculado do septo nasal, as taxas de fístula liquórica têm praticamente zerado. Em tumores de maiores dimensões, com extensão além das lâminas papiráceas, a associação da endoscopia com a craniotomia têm grandes benefícios. Quando comparado o tempo livre de doença entre o acesso tradicional craniofacial com o acesso endoscópico endonasal, observa-se grande semelhança entre ambos.

Comentários finais: Estesioneuroblastoma é um tumor raro, sem tratamento ideal definido. A escolha quanto à abordagem cirúrgica se baseia na classificação do tumor por meio de escalas de estadiamento, sendo que ainda existem divergências em relação a esta escolha. Apesar de poucos trabalhos na literatura demostrarem o valor prognóstico dos pacientes submetidos às diferentes técnicas, a efetividade da técnica endoscópica tem um futuro promissor na abordagem terapêutica desses pacientes.