CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672476
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Estudo comparativo das complicações após hipofisectomia endoscópica transesfenoidal primária e na reoperação

Leandro Custódio do Amaral
1   Rede Mater Dei de Saúde
,
Alexandre Varella Giannetti
2   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Baltazar Leão Reis
2   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Antonio Ribeiro de Oliveira Júnior
2   Hospital das Clínicas da UFMG
,
Thamires Marx da Silva Santos
3   Faculdade de Medicina da UFMG
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O tratamento de escolha nos casos de resquícios ou recidivas dos adenomas hipofisários permanece indefinido. Maiores taxas de complicações e menores taxas de sucesso nas reoperações são temas ainda em debate.

Objetivos: Comparar as taxas de complicações das hipofisectomias endoscópicas transesfenoidais primárias e das reoperações e identificar fatores de risco associados a maiores taxas de complicações.

Métodos: Foram analisados os dados de 171 pacientes submetidos a 183 hipofisectomias endoscópicas transesfenoidais, sendo 144 primárias e 39 reoperações. As complicações cirúrgicas avaliadas foram: fístulas liquóricas intraoperatória e pós-operatória; meningite; diabetes insípidus (DI) e hipopituitarismo permanentes; deteriorações da acuidade visual; oftalmoplegias; defeitos campimétricos; complicações otorrinolaringológicas, sistêmicas e vasculares e óbito. Sexo, idade, comorbidades, uso de dreno lombar e tempo de uso do mesmo, invasões dos seios esfenoidal e cavernoso, presença e grau de expansão suprasselar, identificação hipofisária pré-operatória, fístula liquórica e identificação hipofisária intraoperatórias foram as variáveis possivelmente associadas às complicações cirúrgicas.

Resultados: A presença de fístulas liquóricas intraoperatórias (p = 0,001), bem como de perdas campimétricas (p = 0,02) e piora da acuidade visual (p = 0,006) foram mais comuns no grupo submetido às reoperações. Contudo, não houve diferença entre os grupos na ocorrência de fístulas liquóricas pós-operatórias (p = 0,654); complicações sistêmicas (p = 0,249), vasculares (p = 0,384) e otorrinolaringológicas (p = 0,894); meningite (p = 0,275); DI (p = 1,0) e hipopituitarismo (p = 0,847), oftalmoplegias (p = 0,629) e mortalidade (p = 1,0). A identificação da hipófise intraoperatória foi associada à menor ocorrência de hipopituitarismo e DI permanentes, complicações sistêmicas, fístulas liquóricas intraoperatórias e piora visual. A expansão suprasselar aumentou os riscos de fístulas liquóricas intraoperatórias, mas não de déficits endocrinológicos ou piora visual. As fístulas liquóricas intraoperatórias foram associadas àquelas pós-operatórias e meningite, mas também a maiores taxas de hipopituitarismo anterior, DI permanente e piora visual.

Conclusões: Fístulas liquóricas intraoperatórias, piora da acuidade visual e déficits campimétricos novos foram mais frequentes nos pacientes reoperados. Fístulas liquóricas e não identificação hipofisária intraoperatórias foram fatores de risco relevantes.