CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672470
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

A abordagem endonasal transesfenoidal-transpterigoide-transpterigopalatina para a encefalocele do canal de Sternberg

Rodrigo A. C. Cavalcante
1   UFG
,
Helioenai de Sousa Alencar
1   UFG
,
Tiago Fernando Scopel
1   UFG
,
Tiago Vinicius Silva Fernandes
1   UFG
,
Nayara Ottoni Rodrigues
1   UFG
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O tratamento da fístula liquórica decorrente de defeitos do recesso lateral do seio esfenoidal pode ser um dilema cirúrgico devido às dificuldades envolvidas em obter acesso adequado. Descrevemos três encefaloceles do canal de Sternberg, tratados por acesso transpitergopalatina transpterigoide transesfenoidal (TTTA).

Métodos: Os autores realizaram a abordagem TTTA em três pacientes e acompanharam prospectivamente. A encefalocele do canal de Sternberg foi identificada no pré-operatório por tomografia (TC), ressonância (RM) e cisternografia. A abordagem TTTA foi realizada utilizando uma broca de diamante, juntamente com endoscópio rígido de zero e 30 graus. Uma turbinectomia média foi realizada, seguida pela etmoidectomia anterior e posterior. A abertura do seio maxilar ipsilateral foi completada após a uncinectomia e visualização do óstio maxilar. Abertura ampla do seio esfenoidal foi realizada. A encefalocele foi parcialmente visualizada. Após a identificação do canal vidiano e do nervo infraorbitário, o osso pterigóideo medial foi ressecado. A visualização completa da encefalocele ocorreu no total após a retirada parcial da parede posterior no seio maxilar, coagulação e corte dos conteúdos da fossa pterigopalatina (ramos da artéria maxilar, gordura e nervo palatino maior) e perfuração da parede anterior do recesso lateral do nervo maxilar. A encefalocele foi encolhida usando um bipolar, com uma identificação completa do canal de Sternberg. O fechamento foi concluído de forma multicamada.

Resultados: Resolução completa da fístula e da encefalocele nos casos, sem recorrência com a complicação de se ter um palato mole ipsilateral e parestesia malar devido ao dano nos nervos palatino maior e infraorbitário, com melhora dos sintomas no seguimento. Nenhum evento mórbido maior foi detectado.

Discussão: Um seio esfenoidal superpneumatizado, especialmente em sua parede lateral, é frequentemente um local onde pode ocorrer fistulas. O canal de Sternberg, um canal craniofaríngeo lateral resultante da fusão incompleta dos componentes do osso esfenoide, pode atuar como o local de origem das meningoceles congênitas ou das fístulas. A abordagem TTTA permite alcançar as porções mais laterais do seio esfenoidal através da parede posterior do seio maxilar e da fossa pterigopalatina.

Conclusão: A abordagem endonasal TTTA é segura e dá aos cirurgiões uma excelente visualização e manobrabilidade para o tratamento da encefalocele do canal de Sternberg.