CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672460
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Influência da técnica cirúrgica em 41 pacientes operados com doença de Cushing nos 4 anos e 5 meses iniciais de nova instituição

Eduardo Giardini Rodovalhe Pereira
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
Paulo José da Mata Pereira
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
André Accioly Guasti
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
Mônica Roberto Gadelha
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
Leila Maria Cardao Chimelli
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
Leandro Kasuki Jomori de Pinho
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
Luiz Eduardo Armondi Wildemberg
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
Lucas de Queiroz Chaves
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
Gonzalo Castillo Pérez
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
Elisa Baranski Lamback
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
Fernando Antônio Wanderley Nobre
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
,
Paulo Niemeyer Soares Filho
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Unifesp
› Author Affiliations
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A cirurgia é o tratamento de escolha na doença de Cushing, permitindo rápida resolução do quadro. As taxas de remissão da doença são variáveis e dependem, entre outros fatores, da experiência do cirurgião.

Objetivo: Analisar os resultados pós-operatórios de pacientes diagnosticados com Doença de Cushing operados desde a inauguração da instituição e como a técnica operatória influenciou nos resultados.

Material e métodos: Pacientes diagnosticados com doença de Cushing submetidos à microcirurgia transfenoidal com auxilio de microscópio, endoscópio ou microscópio assistido do endoscópio. As cirurgias ocorreram no período de agosto de 2013 a dezembro de 2017. A indicação cirúrgica foi definida em reuniões multidisciplinares, junto a neuroendocrinologia, radiologia e neurocirurgia. Os tumores foram classificados pela ressonância magnética em microadenomas (tumor < 10 mm) ou macroadenomas (tumor ≥ 10 mm). Os dados levantados foram idade, sexo, alteração de campo visual e remissão da doença. O critério de remissão foi valor normal do cortisol livre na urina de 24 h ou de cortisol salivar de 24 h, coletados após 12 ou mais semanas da cirurgia e/ou presença de insuficiência adrenal no pós-operatório.

Resultado: O estudo consta de 41 pacientes (33M/8H) com mediana de idade de 32anos, 10% apresentavam déficit visual e 10 foram operados previamente em outra instituição. Foram 41 cirurgias e 7 reabordagens. Os macroadenomas foram observados em 34% (n = 14) e microadenomas em 66% (n = 27) dos casos. O microscópio foi utilizado em 36% (n = 15) das cirurgias, o endoscópio 34% (n = 14) e o microscópio assistido do endoscópio 30% (n = 12). Dos pacientes operados com microscópio, 93% (n = 14) apresentaram remissão, com endoscópio 86% (n = 12) e com microscópio assistido do endoscópio 75% (n = 9). O índice de remissão da doença foi 82% (n = 34), os quais 33% (n = 11) eram macroadenomas e 67% (n = 23) microadenomas. O índice anual de remissão foi 13% (n = 1) em 2013, 73% (n = 8) em 2014, 100% (n = 12) em 2015, 80% (n = 4) em 2016 e 90% (n = 9) em 2017. No pós-operatório, 75% (n = 3) obtiveram melhora do déficit visual e 32% (n = 13) DI transitório, com duração máxima de 36 h. A análise histopatológica evidenciou adenoma com imuno-histoquímica positiva para ACTH em todos os casos.

Conclusão: O índice de remissão anual da doença na instituição foi crescente, indicando aprimoramento multidisciplinar nesse período. Cirurgicamente, adotou-se uma atitude mais agressiva no perioperatório, realizando uma margem ampla de exérese tumoral, levando a um pós-operatório com melhor resolução e diminuição das reabordagens.