CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672433
E-Poster – Anatomy & Approaches
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Definição de acesso cirúrgico ao topo da artéria basilar baseado em seu ângulo com a artéria cerebral posterior

Maurício Isaac Panicio
1   Escola Paulista de Medicina/Unifesp
,
Lucas de Queiroz Chaves
1   Escola Paulista de Medicina/Unifesp
,
Marcos Devanir S. Costa
1   Escola Paulista de Medicina/Unifesp
,
Marcelos Augusto Acosta Goire
1   Escola Paulista de Medicina/Unifesp
,
Franz Joogi Onishi
1   Escola Paulista de Medicina/Unifesp
,
Giuliana Vasconcelos de Souza Fonseca
2   Hospital Naval Marcílio Dias
,
Feres Eduardo Aparecido Chaddad Neto
1   Escola Paulista de Medicina/Unifesp
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Os aneurismas da circulação posterior são responsáveis por, aproximadamente, 10% dos aneurismas intracranianos. A bifurcação da artéria basilar pode ser classificada em alta, normal ou baixa e encontra-se entre 2 a 11 mm abaixo dos corpos mamilares. De acordo com a altura da bifurcação da artéria basilar, podemos indicar o melhor tipo de acesso cirúrgico.

Objetivo: Estabelecer uma associação entre a altura da bifurcação da artéria basilar e o ângulo entre este vaso e a artéria cerebral posterior, visando estabelecer o melhor acesso cirúrgico para aneurismas desta região, além de comparar a altura da bifurcação com o dorso da sela turca.

Método: Foram medidos os ângulos entre o eixo principal da artéria cerebral posterior segmento P1 (ACP P1) e o eixo do terço distal da artéria basilar (AB), e os ângulos formados entre as partes proximal e distal da artéria cerebral posterior ao terceiro nervo craniano, bilateralmente. Também foram obtidas as distâncias anteroposteriores do dorso da sela turca à artéria basilar, e a altura, obtida a partir de uma visão coronal perfeita, do dorso da sela à bifurcação da artéria basilar. Estas medidas foram realizadas através de reconstrução 3D de angiotomografias cerebrais realizadas no Hospital São Paulo no ano de 2017 pelo software de licença livre Horos, e tiveram suas unidades medidas em graus e milímetros. Foram consideradas bifurcações baixas as com altura em relação ao dorso da sela turca iguais ou inferiores a 1 mm, normal as maiores que 1 mm e iguais ou menores a 3 mm, e altas as maiores que 3 mm. Resultados: Foram avaliadas 31 angiotomografias cerebrais, quatro dos pacientes eram homens e 27 mulheres, a idade dos pacientes variou de 35 a 75 anos. Destas, 18 eram bifurcações altas, oito bifurcações normais e cinco bifurcações baixas. Por meio dos testes post-hoc e de Kruskal-Wallis, foram identificadas diferença estatisticamente significativa entre os grupos altura da bifurcação da artéria basilar e ângulo formado entre ACP P1 à direita e AB, nos grupos bifurcação alta e baixa (p = 0,0336).

Conclusão: Inferimos que quanto maior o ângulo entre a artéria basilar e a artéria cerebral posterior direita a bifurcação tenderá a ser baixa e ângulos menores entre estes vasos indicam uma bifurcação alta, o que sugere uma escolha diferente no acesso cirúrgico. Observou-se, ainda, que bifurcações altas da artéria basilar estão em torno 6 mm e bifurcações baixas estão, aproximadamente, 1 mm do dorso selar.