CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672427
E-Poster – Anatomy & Approaches
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Evolução histórica das subdivisões e nomenclaturas do feixe longitudinal superior

João Vítor Miranda Porto de Oliveira
1   Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
2   Liga Acadêmica de Neurocirurgia da Bahia, Salvador, Brasil
,
Igor Lima Maldonado
3   Instituto de Ciências da Saúde e Complexo Hospitalar Universitário Prof. Edgard Santos
4   EBSERH- Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil
5   Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil
6   Le Studium Loire Valley Institute for Advanced Studies, Tours, França
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Apesar de as primeiras descrições acerca dos elementos que compõem a substância branca cerebral terem iniciado há alguns séculos, têm se multiplicado nas últimas décadas devido sobretudo a avanços metodológicos como a dissecção de fibras e o tensor de difusão. Nesse contexto, subdivisões e detalhes morfológicos têm sido adicionados às descrições clássicas do feixe longitudinal superior, o que tem gerado significativa discussão a respeito de sua nomenclatura.

Objetivo: Descrever a evolução histórica das descrições dos subcomponentes e da nomenclatura do feixe longitudinal superior (FLS).

Método: Trata-se de uma revisão narrativa acerca das descrições seminais que impuseram modificações nos termos utilizados para fazer referência a componentes do FLS. As bases de dados LILACs, SciELO e MEDLINE foram consultadas para busca inicial sem restrição de idioma, utilizando os descritores superior longitudinal fasciculus OR arcuate fasciculus OR arcuate fascicle OR superior longitudinal fascicle AND anatomy OR segmentation OR subcomponents OR division OR subdivision. Uma seleção de títulos e resumo foi realizada para posterior análise de textos completos.

Resultados: FLS e o fascículo arqueado (FA) são termos que foram frequentemente utilizados como sinônimos, desde as descrições clássicas de Burdach (1822) até a segunda metade do século XX. Estudos morfológicos recentes têm, entretanto, detalhado que o feixe em questão é composto pela justaposição de vias de associação. Os principais métodos que contribuíram para a evolução desses conceitos foram o rastreamento radioisotópico através de autorradiografia em primatas não humanos, a dissecção de fibras pelo método de Klingler e o tensor de difusão. A depender da técnica utilizada, o FLS pôde ser subdividido em três a cinco subcomponentes. As classificações propostas se complementam e, portanto, não são autoexcludentes. Entre os termos utilizados para descrever as subdivisões, estão expressões como FLS I, II, III, FA; segmentos longo, anterior, dorsal, ventral, maior, entre outros. Alguns autores têm preferido utilizar a expressão FLS/FA ratificando seu caráter de complexo associativo.

Conclusão: Considerável informação tem sido adicionada às descrições morfológicas do FLS de forma que a utilização dos termos FLS e FA como meros sinônimos oculta sua real complexidade anatômica. A compreensão dos detalhes históricos e anatômicos, em plena evolução, podem nos conduzir a uma melhor sistematização.