CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672426
E-Poster – Anatomy & Approaches
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Relação biométrica do corpo caloso inserido no contexto dos acessos transcalosos

João Vitor Fernandes Lima
1   Universidade Estadual de Londrina
,
Francisco Spessatto Pesente
1   Universidade Estadual de Londrina
,
Bruno Loof de Amorim
1   Universidade Estadual de Londrina
,
Márcio Francisco Lehmann
1   Universidade Estadual de Londrina
,
Carlos Alexandre Martins Zicarelli
1   Universidade Estadual de Londrina
,
Felipe Inácio Ferreira da Silva
1   Universidade Estadual de Londrina
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O corpo caloso consiste em estrutura comissural formada por fibras brancas, as quais conectam os hemisférios esquerdo e direito do cérebro. Composto de aproximadamente 200 milhões de fibras mielinizadas, divide-se em quatro partes histologicamente distintas: rostro, joelho, corpo e esplênio. O istmo se refere à estreita área que conecta o corpo ao esplênio posteriormente. Delimita, em associação com o fórnix, barreira física que separa os dois ventrículos laterais.

Objetivo: Descrever a biometria e as relações das estruturas envolvidas na realização dos acessos transcalosos.

Métodos: A confecção do artigo foi proposta a partir da revisão de periódicos, bibliografias em livro-texto e plataformas on-line.

Resultados: Um dos benefícios dessa localização privilegiada é seu uso nos acessos transcalosos, fundamentais para visualização de terceiro ventrículo, por exemplo. Uma das vantagens desse método é a menor chance de violação do córtex cerebral e orientação a partir da linha média, quando comparado com o acesso transcortical. Dependendo da localização da veia septal anterior, em relação à junção da veia cerebral interna, é possível o ganho de acesso amplo sem transgressão de estruturas neuronais ou vasculares. Outro benefício é a visualização simétrica dos Forames de Monro. Suas maiores complicações são a paresia (37%), abulia/afasia (28%), perda de memória (18%) e alterações em cognitivo (17%). A técnica inicia no posicionamento do craniótomo à 2/3 em frente e 1/3 posterior à sutura coronal, abertura da dura máter e reflexão de sua base. A partir da dissecção dos hemisférios, a identificação do par de artérias pericalosas e da brilhante superficie branca do corpo caloso ajudam na orientação do cirurgião. Clássica incisão é realizada a 2 centímetros de distância e 2,5 centrímetros posteriormente ao geno, entre as artérias pericalosas, proporcionando a entrada do forame de Monro no campo operatório. Algumas referências anatômicas, como as veias tálamo-estriadas e forame de Monro devem ser estabelecidas para definição de qual espaço ventricular foi adentrado: se a veia está à direita do Forame, o ventrículo lateral direito foi atingido; caso esteja à esquerda, ventrículo esquerdo fora visualizado. Se nenhuma veia se encontra, a estrutura encontrada é o cavo do septo.

Conclusão: A descrição minuciosa das relações biométricas inseridas no acesso transcaloso possibilita ao neurocirurgião aperfeiçoamento em sua técnica cirúrgica.