CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672425
E-Poster – Anatomy & Approaches
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Custo da fixação do flap ósseo craniano

Jefferson Rosi Junior
1   Cremesp
,
Gustavo Sousa Noleto
2   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Edwin Koterba
2   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Juliana Gozzo Sekula
2   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Lin Tchia Yeng
2   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Daniel Ciampi de Andrade
2   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Eberval Gadelha de Figueiredo
2   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
,
Manoel Jacobsen Teixeira
1   Cremesp
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Os altos custos do serviço de saúde fomentam estudos que visam manter a qualidade do atendimento com menores custos.

Objetivos: Comparar os custos da fixação do flap ósseo com nylon com o de fazê-lo com miniplacas e parafusos ou com botões de fechamento.

Pacientes e método: No período de 24 meses de maio de 2016 a maio de 2018, 50 pacientes com idade média de 42,5 anos de idade foram submetidos à osteoplastia craniana para reconstrução de falha óssea craniana, todos operados pelo mesmo cirurgião principal no HC-FM-USP.

Resultados: 23 pacientes (46%) tiveram a falha óssea corrigida com a confecção de prótese de metilmetacrilato. Já 21 pacientes (42%) tiveram o crânio reconstruído com o próprio osso antes armazenado no tecido subcutâneo da parede abdominal e os 6 pacientes restantes (12%) com mesclas de osso junto metilmetacrilato. O flap em todos os casos foi fixo com fios nylon 2,0 entrecruzados por cima do flap para prendê-lo junto a gálea aponevrótica das extremidades. Complicações não atribuíveis à técnica de fixação do flap usada foram hematoma epidural em 3 pacientes (6%; dois destes com sistema de hidrocefalia e hiperdrenagem liquórica associada e 1 por coagulopatia) e infecção de partes moles em dois pacientes (4%; um deste que manipulava a ferida a todo momento e outro com intensa dermatite seborreica da pele). Com o nylon, os flaps ficaram firmes e não tivemos artefatos nos exames de tomografia do crânio de controle pós-operatório.

Discussão: Ao pesquisar no mercado e ao ler licitações de instituições de saúde que operam pacientes pelo SUS, verificou-se que cada fio nylon 2,0 tem custo de R$ 1,4 reais (usamos 5 fios em cada paciente no total R$ 7,0 reais); ao passo que se fossem usadas três mini placas com parafusos ou três botões de fechamento por paciente, o custo seria de R$ 315 reais por paciente no SUS e de R$ 1.704 reais por paciente privado. Para 1.000 craniotomias em um ano, o custo seria de R$ 7.000 com uso do nylon, de R$ 315.000 com mini placas ou botões pelo SUS e de R$ 1.704.000 no serviço privado.

Conclusão: Fora casos de fraturas cominuitivas dos ossos do crânio, não vemos justificativa para uso de mini placas com parafusos ou de botões para fixação do flap ósseo.