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DOI: 10.1055/s-0038-1672417
Menigioma de forame magno: uma série de casos operados via far-lateral com incisão reta
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: Os meningiomas do forame magno são raros e representam 1,8–3,2% de todos os meningiomas intracranianos. A região do forame magno é anatomicamente delimitada anteriormente do terço inferior do clivus até a borda superior do corpo de C2; lateralmente, do tubérculo jugular até a borda superior da lâmina de C2; e, posteriormente, da borda anterior da escama occipital (opístio) até o processo espinhoso de C2. A morbidade e mortalidade cirúrgicas são consideráveis e apresentam incidência estimada em 7,5–32% e 0–7,5%, respectivamente.
Objetivo: Analisar uma série de casos de meningiomas do forame magno operados por via far-lateral com incisão reta retromastóidea, e revisar a literatura.
Método: São relatados seis casos de meningiomas de forame magno operados no período de agosto de 2013 a julho de 2017 por via far-lateral com incisão reta retromastóidea. Os dados analisados foram idade, sexo, localização anatômica, via de acesso, resultado histopatológico, tempo cirúrgico, tempo de internação, tamanho da lesão e atrofia muscular após cirurgia.
Resultado: Foram operados seis pacientes (3M e 3F) com diagnóstico de meningioma de forame magno por via far-lateral através de uma incisão reta retromastóidea estendida até C3, com uma mediana de idade de 53,5 anos. O sintoma principal foi cefaleia (83%), e paresia muscular foi o segundo sintoma mais prevalente (66%). O tempo médio do procedimento foi de 7,8 horas, levando a uma mediana de internação de 72 horas. O tamanho médio dos meningiomas foi de 2,08 × 2,6 cm (AP/L), e todos foram monitorados com potenciais evocados e somatossensitivos. Em 50% (n = 3), foi realizada ressecção completa sem complicações pós-operatórias; dois pacientes apresentaram complicações cirúrgicas, pseudomeningocele e pneumonia química por broncoaspiração, os casos não apresentaram fístula liquórica. Todos os casos apresentaram cicatrização satisfatória, sem fístula liquórica e sem atrofia muscular. Analgesia instalada foi realizada com dipirona, 1 grama regular, não precisando de drogas analgésicas mais potentes para tratamento da dor muscular cervical.
Conclusão: A incisão reta retromastóidea estendida proporciona, na nossa opinião, suficiente e adequada exposição para o acesso far-lateral. Apresenta a vantagem de reduzir o tempo cirúrgico desde o início do acesso operatório, diminuir o risco de atrofia muscular e dor cervical pós-operatórios devido à menor exposição e desinserção muscular.