CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672417
E-Poster – Anatomy & Approaches
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Menigioma de forame magno: uma série de casos operados via far-lateral com incisão reta

Gonzalo Castillo Pérez
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Universidade Federal de São Paulo
,
José Orlando de Melo Junior
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Universidade Federal de São Paulo
,
Lucas de Queiroz Chaves
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Universidade Federal de São Paulo
,
Eduardo Giardini Rodovalhe Pereira
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Universidade Federal de São Paulo
,
Fernando Antônio Wanderley Nobre
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Universidade Federal de São Paulo
,
Daniel Dutra Cavalcanti
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Universidade Federal de São Paulo
,
Paulo Niemeyer Soares Filho
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
2   Universidade Federal de São Paulo
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Os meningiomas do forame magno são raros e representam 1,8–3,2% de todos os meningiomas intracranianos. A região do forame magno é anatomicamente delimitada anteriormente do terço inferior do clivus até a borda superior do corpo de C2; lateralmente, do tubérculo jugular até a borda superior da lâmina de C2; e, posteriormente, da borda anterior da escama occipital (opístio) até o processo espinhoso de C2. A morbidade e mortalidade cirúrgicas são consideráveis e apresentam incidência estimada em 7,5–32% e 0–7,5%, respectivamente.

Objetivo: Analisar uma série de casos de meningiomas do forame magno operados por via far-lateral com incisão reta retromastóidea, e revisar a literatura.

Método: São relatados seis casos de meningiomas de forame magno operados no período de agosto de 2013 a julho de 2017 por via far-lateral com incisão reta retromastóidea. Os dados analisados foram idade, sexo, localização anatômica, via de acesso, resultado histopatológico, tempo cirúrgico, tempo de internação, tamanho da lesão e atrofia muscular após cirurgia.

Resultado: Foram operados seis pacientes (3M e 3F) com diagnóstico de meningioma de forame magno por via far-lateral através de uma incisão reta retromastóidea estendida até C3, com uma mediana de idade de 53,5 anos. O sintoma principal foi cefaleia (83%), e paresia muscular foi o segundo sintoma mais prevalente (66%). O tempo médio do procedimento foi de 7,8 horas, levando a uma mediana de internação de 72 horas. O tamanho médio dos meningiomas foi de 2,08 × 2,6 cm (AP/L), e todos foram monitorados com potenciais evocados e somatossensitivos. Em 50% (n = 3), foi realizada ressecção completa sem complicações pós-operatórias; dois pacientes apresentaram complicações cirúrgicas, pseudomeningocele e pneumonia química por broncoaspiração, os casos não apresentaram fístula liquórica. Todos os casos apresentaram cicatrização satisfatória, sem fístula liquórica e sem atrofia muscular. Analgesia instalada foi realizada com dipirona, 1 grama regular, não precisando de drogas analgésicas mais potentes para tratamento da dor muscular cervical.

Conclusão: A incisão reta retromastóidea estendida proporciona, na nossa opinião, suficiente e adequada exposição para o acesso far-lateral. Apresenta a vantagem de reduzir o tempo cirúrgico desde o início do acesso operatório, diminuir o risco de atrofia muscular e dor cervical pós-operatórios devido à menor exposição e desinserção muscular.