CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672414
E-Poster – Anatomy & Approaches
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Modelo de treinamento de sutura da dura-máter

Marcelo Moraes Valença
1   Universidade Federal de Pernambuco
,
Emerson Leonardo de Moura Santos
1   Universidade Federal de Pernambuco
,
Larissa Cavalcanti do Amaral Almeida
1   Universidade Federal de Pernambuco
,
Amanda Araújo da Silva
1   Universidade Federal de Pernambuco
,
Emanuela Paz Rosas
1   Universidade Federal de Pernambuco
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A síntese cirúrgica em neurocirurgia tem como grande importância a sutura da dura-máter. É fundamental um bom fechamento dessa membrana visando a um pós-operatório sem complicações como fístulas liquóricas.

Objetivos: Treinamento das principais técnicas de sutura utilizadas para fechamento de dura-máter e a análise da tensão suportada após a sutura realizada em luvas.

Métodos: Estudo experimental, utilizando luvas que foram acopladas em um cilindro de acrílico (altura de 50 cm e raio de 4 cm), sendo submetidas a um corte de 4 centímetros e suturadas. As suturas foram submetidas à tensão de uma coluna de água, variando entre 0 e 40 centímetros ou mais. Foram utilizados os fios Prolene com agulha tipo cardiovascular (ETHICON¯) de tamanho variando entre 3.0 e 6.0. Foram utilizadas duas distâncias entre cada passagem da agulha, obtendo-se, aproximadamente, as frequências de 3 e 4 passagens por centímetro.

Resultados: Evidenciou-se que as suturas mais eficazes contra o vazamento foram em ordem decrescente: contínua ancorada, contínua e sutura tipo simples. Com relação ao fio utilizado, para os fios 3.0 o fluxo foi sempre alto, mesmo para colunas de água menores que 5 cm. O fio 4.0 mostrou-se como intermediário, e os fios 5.0 e 6.0 foram equivalentes até uma coluna de água de aproximadamente 10 cm; a partir dessa pressão, o fio 6.0 se mostrou mais eficaz contra o vazamento. Com relação à frequência da sutura, para o fio 3.0 a maior frequência apresentou um maior fluxo através da sutura, e o inverso foi observado para os demais fios, principalmente para os fios 5.0 e 6.0.

Conclusão: Os resultados apontam para a superioridade da sutura tipo contínua ancorada em todos os grupos e um melhor fechamento com os fios 5.0 e 6.0 com pouca influência em relação à frequência da sutura (número de passagens da agulha). O fio 4.0 se mostrou como intermediário, e o fio 3.0 foi o que possibilitou os piores resultados independentemente da sutura. Há a possibilidade de o fluxo estar diretamente relacionado com a passagem da agulha, como já descrito na literatura (DAFFORD; ANDERSON, 2013). Os resultados podem não corresponder aos resultados em dura-máter pela natureza do material, pelas condições do trabalho realizado e pelo modelo experimental ser com luvas, que cedem mais facilmente à tensão necessária da sutura.