CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672403
Oral Presentation – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Análise epidemiológica dos aneurismas cerebrais tratados no Brasil de 2008 a 2018

Telmo Augusto Barba Belsuzarri
1   PUC-Campinas
,
Augusto Ricardo Barba Urena
1   PUC-Campinas
,
Maick Willen Fernandes Neves
2   Iamspe
,
André Monteiro Soares Araújo
1   PUC-Campinas
,
João Flávio Mattos Araújo
1   PUC-Campinas
,
José Luiz Braga de Aquino
1   PUC-Campinas
,
Luciana Bertoldi Nucci
1   PUC-Campinas
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Aneurismas são dilatações vasculares cerebrais que ocorrem em aproximadamente 0,2–10% da populacão mundial e podem provocar hemorragia subaracnóidea em cerca de 6–8 casos a cada 100 mil habitantes. Estes podem ser tratados eletivamente ou de urgência, por técnica microcirúrgica ou endovascular.

Objetivo: Realizar um levantamento através dos dados do DATASUS do total de procedimentos cirúrgicos e endovasculares, de urgência e eletivos da rede pública de saúde, no Brasil, no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2018.

Método: Comparamos os procedimentos, eletivos e de urgência, do período de janeiro de 2008 a janeiro de 2018, com os parâmetros: número de internações, valor médio pago pela internação, taxa de permanência e taxa de morbimortalidade. Os resultados foram calculados com o valor médio, desvio padrão e posteriormente comparados através do teste t-student.

Resultados: No total, foram 10.716 procedimentos eletivos e 23.537 procedimentos de urgência. Destes, 8.015 embolizações e 2.701 microcirurgias eletivas. Das cirurgias de urgência, 13.530 embolizações e 10.007 microcirurgias. Em se tratando dos procedimentos eletivos, o valor médio por embolização foi de R$ 16.824,00 (dp = 1.321), e o da cirurgia foi de R$ 6.416,00 (dp = 817), sendo p < 0,001. Quanto à média de permanência, foi de 6 dias (dp = 1,5) para a embolização, e de 14,2 (dp = 0,9) dias para a microcirurgia, com p < 0,001. Em relação à taxa de mortalidade, foi de 2,94% (dp = 0,26) para embolização e 5,79% (dp = 1,03) para cirurgia eletiva, com p < 0,001. Em relação aos procedimentos de urgência, o valor médio por embolização foi de R$ 15.364,00 (dp = 4295), e o da cirurgia foi de R$ 7.525,00 (dp = 1247), sendo p < 0,001. Quanto à média de permanência, foi de 9,4 dias (dp = 1,4) para a embolização e de 17,6 (dp = 0,8) dias para a microcirurgia, com p < 0,001. Em relação à taxa de mortalidade, foi de 7,8% (dp = 2,2) para embolização e 11,3% (dp = 1,9) para cirurgia de urgência, com p < 0,001. Foi observada predominância de tratamentos nas regiões Sudeste (42,3%) e Sul (26,2%).

Conclusão: O trabalho demostrou que o tratamento endovascular apresentou maior custo, menor permanência e mortalidade, comparado ao procedimento de microcirurgia tanto em urgência, quanto eletivo. Observamos também que mais de dois terços dos procedimentos descritos são realizados nas regiões Sudeste e Sul.