CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672391
Oral Presentation – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Versão brasileira do questionário Rivermead de sintomas pós-concussionais (RPQ-Br)

Robson Luís Oliveira de Amorim
1   HC-FM-USP
,
Márcia Mitie Nagumo
1   HC-FM-USP
,
Daniele Vieira da Silva
1   HC-FM-USP
,
Renata Eloah de Lucena Ferretti-Rebustini
1   HC-FM-USP
,
Marcos Alencar Abaide Balbinotti
2   Université du Québec à Tróis-Revières
,
Manoel Jacobsen Teixeira
1   HC-FM-USP
,
Wellingson Silva Paiva
1   HC-FM-USP
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Após um traumatismo cranioencefálico (TCE), os sintomas pós-concussionais são comumente relatados pelos pacientes e, apesar de comuns, são de difícil diagnóstico e reconhecimento, pois são inespecíficos. O questionário Rivermead Post Concussion Symptoms Questionnaire é um instrumento inglês, criado em 1994, que avalia possíveis sintomas que os pacientes possam vir a relatar após um TCE. Até o momento, não foi traduzido ou adaptado culturalmente para o contexto brasileiro.

Objetivo: Descrever o processo de adaptação transcultural (ATC) do Rivermead Post Concussion Symptoms Questionnaire para a língua portuguesa falada no Brasil.

Método: O processo de ATC foi composto das seguintes etapas: (1) tradução, (2) síntese das traduções, (3) retrotraduções, (4) comitê de especialistas e (5) pré-teste. A versão pré-final do instrumento foi aplicada em dez pacientes (validade de face) e o pré-teste foi composto por trinta pacientes da população alvo.

Resultados: A validade de conteúdo foi realizada por dois comitês de especialistas (CE). No primeiro CE, avaliou-se a tradução do instrumento em quatro diferentes tipos de equivalências (semântica, idiomática, experimental e conceitual), e o índice de validade de conteúdo (IVC) foi superior a 0,86 (concordância moderada a quase perfeita). No segundo CE, avaliou-se a clareza, relevância, pertinência e dimensionalidade dos itens. O coeficiente de validade de conteúdo foi superior a 86%, considerado muito satisfatório. A validade de face mostrou um excelente índice de concordância (acima de 0,95) com relação à avaliação da compreensão do vocabulário, clareza das instruções e dos itens dos questionários. O pré-teste mostrou a necessidade de realizar alterações para uma melhor adequação gramatical e do vocabulário de nossa cultura. Entre algumas modificações realizadas, palavras como “visão turva” e “agitação” foram modificadas para “visão embaçada” e “inquietação”, respectivamente. Alguns itens necessitaram acrescentar palavras como “paladar”, “olfato” e “náusea”, foram acrescidos das palavras “sabor”, “cheiro” e “enjoo”, respectivamente. A escala manteve o mesmo número de questões e o mesmo layout do instrumento original.

Conclusão: A versão brasileira do questionário Rivermead de sintomas pós-concussionais (RPQ-Br) encontra-se adaptada para a língua portuguesa falada no Brasil e pronta para seguir para análises psicométricas avançadas, já em andamento pelos pesquisadores.