CC-BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2013; 32(03): 170-180
DOI: 10.1055/s-0038-1626009
Artigos Originais
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Lesões olfatórias pós-traumáticas

Post traumatic olfactory lesions
Luiz Fernando Cannoni
,
Luciano Haddad
,
Nelson Saade
,
José Carlos Esteves Veiga
Weitere Informationen

Publikationsverlauf

Publikationsdatum:
11. Januar 2018 (online)

Resumo

Objetivo: Documentar a incidência de lesões traumáticas do nervo olfatório, assim como a etiologia traumática; correlacionar as lesões do nervo olfatório com achados radiológicos (lesões cranianas e intracranianas) e estudar lesões múltiplas de nervos cranianos. Métodos: Vinte e quatro pacientes admitidos no Serviço de Emergência da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo com lesão traumática do nervo olfatório foram incluídos. Os pacientes foram divididos em três grupos, de acordo com o escore da escala de coma de Glasgow (ECG): trauma leve (ECG de 13 a 15), moderado (ECG de 9 a 12) e grave (ECG de 3 a 8), assim como em diferentes graus de lesão do olfatório, como hiposmia, anosmia e parosmia, distribuição quanto a gênero, presença de fraturas, lesões intracranianas, fístulas liquóricas e mecanismo de trauma. Resultados: Dos 24 casos, 15 lesões ocorreram em conjunto com outros nervos cranianos e em nove casos houve lesão exclusiva do nervo olfatório. O atropelamento foi a causa mais comum de lesão do nervo olfatório de forma isolada, assim como nas lesões de múltiplos nervos. Hematomas extradurais foram as lesões intracranianas mais frequentes e a ausência de fraturas predominou nos indivíduos estudados. Conclusão: Neuropatia traumática do olfatório deve ser pesquisada na admissão do paciente (quando possível), sobretudo quando houver evidência de traumas frontais ou occipitais.

Abstract

Objective: To register the incidence of the traumatic lesions to the olfactory nerve and its etiology; to correlate these lesions to the radiological findings (cranial and intracranial) and study multiple cranial nerve lesions. Methods: Twenty-four patients admitted to the Emergency Service of Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Hospital have been studied and lesions to the olfactory nerves were described. The patients were divided into three groups according to the Glasgow coma scale (GCS) in: mild trauma (GCS: 13 to 15), moderate (GCS: 9 to 12) and severe (GCS: 3 to 8) and into different groups depending on the degree of the nerve (anosmia, hiposmia and parosmia), gender, fractures, intracranial lesions, CSF fistulas and type of trauma. Results: Posttraumatic single nerve lesion was observed in 9 patients and in 15 patients multiple nerve lesions associated with the olfactory nerve lesion were documented. Running over was the main cause of these lesions (single nerve and multiple nerves). Extradural hematomas were the most frequent intracranial lesions and the absence of cranial fractures were dominant. Conclusion: Traumatic olfactory neuropathy occurs must be searched on the patient admission (whenever it is possible), especially in those cases in that frontal or occipital fractures are present.

1Médico-assistente da disciplina de Neurocirurgia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP), São Paulo, SP, Brasil.


2Professor adjunto e chefe da disciplina de Neurocirurgia da ISCMSP, São Paulo, SP, Brasil.