Abstract
Pathophysiological mechanisms of peripartum cardiomyopathy are not yet completely
defined, although there is a strong association with various factors that are already
known, including pre-eclampsia. Peripartum cardiomyopathy treatment follows the same
recommendations as heart failure with systolic dysfunction. Clinical and experimental
studies suggest that products of prolactin degradation can induce this cardiomyopathy.
The pharmacological suppression of prolactin production by D2 dopamine receptor agonists
bromocriptine and cabergoline has demonstrated satisfactory results in the therapeutic
response to the treatment. Here we present a case of an adolescent patient in her
first gestation with peripartum cardiomyopathy that evolved to the normalized left
ventricular function after cabergoline administration, which was used as an adjuvant
in cardiac dysfunction treatment. Subsequently, despite a short interval between pregnancies,
the patient exhibited satisfactory progress throughout the entire gestation or puerperium
in a new pregnancy without any cardiac alterations. Dopamine agonists that are orally
used and are affordable in most tertiary centers, particularly in developing countries,
should be considered when treating peripartum cardiomyopathy cases.
Resumo
Os mecanismos fisiopatológicos da miocardiopatia periparto ainda não são totalmente
definidos, apesar de haver forte associação com vários fatores já conhecidos, incluindo
a pré-eclâmpsia. O tratamento segue as mesmas recomendações para a insuficiência cardíaca
com disfunção sistólica. Estudos clínicos e experimentais recentes sugerem que os
produtos de degradação da prolactina podem induzir a miocardiopatia. A supressão farmacológica
da produção de prolactina por agonista do receptor D2 da dopamina, bromocriptina ou
cabergolina, vem demonstrando resultados satisfatórios na resposta terapêutica do
tratamento. Apresentamos o relato de uma primigesta, adolescente, com miocardiopatia
periparto que evoluiu para a normalização da função ventricular esquerda após a administração
da cabergolina, utilizada como adjuvante na terapêutica da disfunção cardíaca. Subsequentemente,
apesar do intervalo entre as gestações ser considerado curto, apresentou evolução
satisfatória em uma nova gestação sem qualquer alteração cardíaca durante todo o período
gestacional ou puerpério. Os agonistas dopaminérgicos, drogas de uso oral e de preço
acessível para a maioria dos centros terciários, em particular em países subdesenvolvidos,
não podem ser esquecidos frente a casos de miocardiopatia periparto.
Keywords
peripartum cardiomyopathy - congestive heart failure - dopamine agonists - pregnancy
outcome
Palavras-chave
miocardiopatia periparto - falência cardíaca congestiva - agonistas dopaminérgicos
- resultado da gravidez