CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2019; 54(05): 483-490
DOI: 10.1016/j.rbo.2017.12.006
Artigo de Revisão | Review Article
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Published by Thieme Revnter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Instabilidade glenoumeral anterior: Revisão sistemática dos desfechos usados no Brasil[*]

Artikel in mehreren Sprachen: português | English
1   Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
,
Eduardo Angeli Malavolta
1   Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
,
Fernando José de Souza
1   Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
,
Mauro Emilio Conforto Gracitelli
1   Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
,
Arnaldo Amado Ferreira Neto
1   Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Weitere Informationen

Publikationsverlauf

05. September 2017

07. Dezember 2017

Publikationsdatum:
23. September 2019 (online)

Resumo

Uma revisão que envolveu as seis principais revistas ortopédicas internacionais foi publicada recentemente. A publicação descreveu as ferramentas usadas para a avaliação dos desfechos no tratamento cirúrgico da luxação anterior recidivante do ombro. Não existe um levantamento que mostre as principais formas de avaliação para essa doença no Brasil. Os autores avaliaram os desfechos usados nos estudos clínicos que envolveram a instabilidade glenoumeral anterior e que foram publicados na última década nos dois principais periódicos ortopédicos brasileiros, Revista Brasileira de Ortopedia e Acta Ortopédica Brasileira. Foi feita uma revisão da literatura na qual foram incluídos todos os artigos clínicos publicados entre 2007 e 2016 que descreveram ao menos uma medida de desfecho antes e após intervenção cirúrgica. Os desfechos avaliados foram amplitude de movimento, força muscular, testes de exame físico, satisfação, retorno ao esporte, exames de imagem, complicações e escalas clínicas. Foram publicados 12 estudos que avaliaram os resultados clínicos do tratamento cirúrgico da instabilidade anterior do ombro. Dez estudos (83%) eram séries de caso (nível de evidência IV), 1 (8%) caso-controle (III), e 1 coorte retrospectiva (III). A média de desfechos avaliados por estudo foi de 3,7 ± 1,7. A escala Rowe foi usada em 9 estudos (75%), e 7 publicações (58%) usaram a escala da University of California Los Angeles (UCLA). Dez estudos (83%) relataram as complicações relacionadas ao tratamento cirúrgico. A complicação mais frequentemente relatada foi a recidiva da luxação glenoumeral, encontrada em 9 estudos (75%). Os estudos nacionais usaram preferencialmente escalas consideradas de baixa conficabilidade, responsividade, e consistência interna.

* Trabalho desenvolvido no Grupo de Ombro e Cotovelo, Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Publicado Originalmente por Elsevier Editora Ltda.


 
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