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CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781044
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Doença Inflamatória Intestinal

ESTENOSE INTESTINAL DURANTE INDUÇÃO DE REMISSÃO DA DOENÇA DE CROHN

Fernando Forghieri Silveira
1   Hospital Universitário São Francisco, Bragança Paulista – SP, Brasil.
,
Amanda Cristina Lopes Atuí
,
João Pedro Pinto Cordeiro de Miranda Coutinho
,
Camila Nardi
,
Roberta Laís Mendonça de Mattos
,
Daniel de Castilho Silva
,
Karol Sotelo Côrtes
,
Carlos Augusto Real Martinez
› Author Affiliations
 

ferghieri@hotmail.com

Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 37 anos, com diagnóstico de doença de Crohn (DC) havia 4 meses, após cólicas, febre, hematoquezia e perda ponderal, com início de infliximabe havia 4 dias. Ela chegou ao PS com distensão abdominal, náuseas e vômito, e uma TC que evidenciava estenose de delgado. A paciente foi submetida a sondagem gástrica, nova tomografia (com espessamento parietal de alças de delgado), dieta parenteral e antibioticoterapia. Apresentou melhora com o tratamento clínico (opção feita por ela estar em vigência de tratamento com imunobiológico), e recebeu alta após a segunda dose de infliximabe, com corticoides e programação cirúrgica eletiva. A enterorressonância ambulatorial mostrou processo inflamatório em atividade com sinais de estenose de jejuno. A paciente foi submetida a cirurgia após 30 dias da alta, com enterectomia segmentar de delgado e ostomia dos cotos proximal e distal devido a alterações que contraindicavam anastomose primária (dilatação a montante, desproporção das bordas e uso de infliximabe), sendo que na boca distal foi realizada sondagem para a administração de dieta. No seguimento, realizou desmame de corticoides, ileocolonoscopia, sem sinais de atividade da doença, e apresentou ganho de peso satisfatório, sem queixas ou alterações intestinais. Estenose é uma das mais graves complicações da DC, por indicar ressecção cirúrgica intestinal e, como consequência, a perda do estado fisiológico. Ocorre mais em fases tardias, tal qual as fístulas. Ao diagnóstico, de 19% a 38% dos doentes apresentam uma das duas complicações, atingindo 88% aos 20 anos de inflamação. É a mais frequente das indicações de cirurgias de ressecção na DC, e deve ser evitada mediante o início precoce do tratamento, que diminui a carga inflamatória intestinal e reduz as chances de um desfecho cirúrgico, ainda que o diagnóstico da doença no delgado seja difícil, sendo que as ressecções mínimas devem ser priorizadas caso necessário. Pressupõe-se que a paciente já apresentava sinais e sintomas sugestivos da doença muito antes do diagnóstico, sendo que o atraso no tratamento implicou o surgimento de uma complicação mais frequente em fases tardias, mesmo durante a indução da remissão da doença. Para manter o trânsito intestinal do segmento excluso, evitar translocação bacteriana e promover a homeostase do órgão com consequente diminuição da carga inflamatória, mostrou-se benéfica a estratégia de sondagem da ostomia e oferta de dieta tanto oral quanto enteral.



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Article published online:
27 February 2024

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